EUA voltam a cobrar Venezuela por boletins de urnas: “paciência está se esgotando”

“Aguardamos que as autoridades eleitorais venezuelanas se esclareçam e divulguem os dados detalhados sobre esta eleição”, afirmou John Kirby

Maduro com presidente do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela | Leonardo Fernandez Viloria
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O governo dos Estados Unidos voltou a cobrar, nesta quarta-feira (31), a divulgação dos boletins de urna do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que confirmaram a vitória do presidente Nicolás Maduro na Venezuela.

"A nossa paciência e a da comunidade internacional estão se esgotando enquanto aguardamos que as autoridades eleitorais venezuelanas se esclareçam e divulguem os dados detalhados sobre esta eleição", afirmou John Kirby, porta-voz para assuntos de segurança do governo dos EUA.

falta transparência

Kirby também destacou que o Centro Carter e observadores independentes publicaram um relatório indicando que "a eleição presidencial de 2024 na Venezuela não atendeu aos padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada democrática".

O porta-voz expressou "sérias preocupações" sobre relatos de vítimas, violência e prisões, incluindo os mandados de prisão emitidos por Maduro e seus representantes contra líderes da oposição. Ele condenou a violência política e a repressão.

falhas

Observadores do Centro Carter, que acompanhou as eleições no domingo (29), apontaram falhas. O relatório do centro revelou que o CNE não conseguiu verificar ou corroborar os resultados e que a falta de divulgação dos resultados desagregados foi uma violação grave dos princípios eleitorais.

O Centro Carter também criticou problemas como o registro de eleitores afetado por prazos curtos, requisitos excessivos para eleitores no exterior, condições desiguais entre candidatos e tentativas de restringir a campanha da oposição. Além disso, o CNE não apresentou transparência na divulgação dos resultados.

distorções de resultados

A Organização dos Estados Americanos (OEA) também se manifestou, afirmando não reconhecer o resultado da eleição. Em seu relatório, a OEA alegou que o governo Maduro distorceu o resultado, citando a demora na divulgação dos resultados e relatos de ilegalidades e más práticas. O relatório concluiu que o CNE proclamou Maduro vencedor sem apresentar dados suficientes e acusou o regime de aplicar um esquema repressivo para manipular o resultado eleitoral.

Após a eleição de domingo, o CNE declarou Maduro como vencedor com 51,2% dos votos, enquanto Edmundo González, principal candidato da oposição, obteve 44%, segundo a Justiça eleitoral venezuelana. No entanto, o resultado foi anunciado com apenas 80% dos votos apurados, e as atas de votação não foram divulgadas. A oposição contestou o resultado, alegando fraude e apresentando evidências que sugerem vitória de González.

Nove países da América Latina solicitaram uma reunião de emergência da OEA para discutir o resultado, incluindo Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.

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