Mianmar é outra região que enfrenta tensões políticas e étnicas há anos - e muitos analistas dizem que o país vive uma guerra civil. A violência lá aumentou nos últimos meses.
Os militares do Tatmadaw (Exército) deram um golpe em Mianmar e assumiram o controle do país em 1º de fevereiro de 2021, após uma eleição geral vencida por ampla margem pelo partido da líder Aung San Suu Kyi (NLD).
Ativistas da oposição formaram uma campanha incitando a desobediência civil, com greves e protestos em massa contra o golpe. Os militares usaram violência para dispersar os movimentos. E a desobediência civil aumentou, atingindo o ponto de uma guerra civil de verdade. Milícias locais que se autodenominam Forças de Defesa do Povo atacaram comboios militares e assassinaram autoridades.
O comandante-chefe militar Min Aung Hlaing assumiu o poder. Ele recebeu condenação e sanções internacionais por seu suposto papel nos ataques dos militares às minorias étnicas. Os militares prometem que realizarão uma eleição "livre e justa" assim que o estado de emergência em Mianmar terminar.
A ONG humanitária International Rescue Committee estima que os conflitos que se espalharam por todo o país desde que os militares tomaram o poder já deslocaram 220 mil pessoas em 2021.
Segundo a entidade, mais de 14 milhões de pessoas (mais de 25% da população do país) precisam de algum tipo de ajuda humanitária. Acredita-se que mais de 10 mil pessoas morreram desde fevereiro do ano passado.