O Haiti vive uma nova espiral de violência desde julho de 2021, quando o então presidente do país Jovenel Moïse foi brutalmente assassinado.
Moïse, de 53 anos, foi baleado 12 vezes na testa e no torso. Seu olho esquerdo foi arrancado e os ossos do braço e do tornozelo foram quebrados. A primeira-dama, Martine Moïse, também foi baleada, mas sobreviveu.
A polícia haitiana alega que um grupo de mercenários principalmente estrangeiros - 26 colombianos e dois haitianos americanos - compôs o grupo que executou o assassinato. Enquanto as investigações prosseguem, o país mergulhou em nova onda de violência.
Ariel Henry, que havia sido nomeado por Moïse como novo primeiro-ministro, assumiu interinamente o país, mas ele vem sendo contestado por diversos grupos. Existe um acordo entre facções para que Henry permaneça no poder até a realização de eleições neste ano, que ainda não foram marcadas.
Algumas gangues têm exigido que Henry renuncie, e o premiê escapou de um atentado contra sua vida em janeiro. As gangues vêm espalhando violência pelo país e são financiadas em parte pelo sequestro de estrangeiros, que se tornou um problema sério para as autoridades. No ano passado, mais de 800 pessoas foram sequestradas por gangues no Haiti.
Para piorar a situação, o Haiti sofreu um terremoto em agosto, um mês após o assassinato de Moïse, matando mais de 2 mil pessoas, agravando ainda mais a situação humanitária da população.
O Haiti também virou manchete internacional por conta do grande fluxo de imigrantes ilegais que tentaram cruzar para os EUA em outubro do ano passado. Grupos internacionais alertam que a instabilidade do governo e a escalada de violência - somados a problemas econômicos e desastres naturais - podem fazer com que a disputa entre gangues no Haiti se transforme em um conflito armado.
Diante da crescente insurgência, o governo moçambicano convidou conselheiros militares dos EUA para que soldados americanos treinem as forças locais. No ano passado, o governo de Moçambique aceitou receber tropas de Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), um bloco regional. Essas forças reverteram os ganhos dos insurgentes, embora os militantes pareçam estar se reagrupando.
Há temores de que esse conflito possa ser prolongado, gerando inúmeras mortes e problemas humanitários.