A empresa responsável pelo submarino desaparecido, OceanGate, confirmou nesta quinta-feira (22), a morte dos cinco tripulantes que estavam a bordo da embarcação. Os destroços encontrados correspondem a uma estrutura de pouso e à tampa traseira do submarino. A informação foi confirmada pela Guarda Costeira dos Estados Unidos, que está nas buscas.
Na embarcação estavam cinco pessoas, os quais foram identificados como Hamish Harding, Shahzada e Suleman Dawood, Paul-Henry Nargeolet e Stockton Rush. Os corpos infelizmente ainda não foram encontrados. No dia 18 de junho de 2023, os tripulantes saíram com o objetivo de ver os destroços do Titanic, no Oceano Atlântico, quando perderam contato com a empresa responsável pela expedição, cerca de 1 hora e 45 minutos após iniciar a descida de quase 4 mil metros de profundidade no oceano.
'Acreditamos que todos os passageiros morreram', disse a empresa responsável, OceanGate, durante pronunciamento nesta quinta-feira (22).
"Um erro nessa profundidade pode causar uma implosão instantânea", disse Guillermo Söhnlein.
Nesta terça-feira (20), o contra-almirante John Mauger da Guarda Costeira dos Estados Unidos, afirmou que o submarino tinha um suprimento de emergência de oxigênio com duração de até 96 horas. Pela manhã desta quinta-feira, foi dada a notícia de que teria acabado o oxigênio, segundo a base de cálculo da empresa responsável.
O submarino tem um sistema que permitiria manter as pessoas por 96 horas, inicialmente. Ou seja, ela ofereceria condições semelhantes às da atmosfera, com 20% de oxigênio, 78% de nitrogênio e mais um pouquinho de outros gases, como explica Álvaro Pulchinelli, toxicologista da Clínica Felippe Mattoso, do Grupo Fleury.
“No submergível, a ideia é que por 96 horas esse sistema fique equilibrado. Conforme vai passando o tempo, essa proporção vai piorando. Pela falta de troca e o gás carbônico ficar retido na cápsula, elas vão ficando mais lentificadas, têm dificuldade de consciência, sonolentas, até que ocorre a narcose, quando a pessoa fica desacordada. No pior dos cenários, elas não vão ter sensação de sufocamento iminente, vão estar apagadas”, explica o especialista ao Globo.
SIMULAÇÃO DA IMPLOSÃO
CONFIRA QUEM SÃO OS TRIPULANTES
Hamish Harding
Bilionário de 59 anos. Ele é presidente da empresa de aviação Action Aviation. Harding visitou o Polo Sul várias vezes e foi ao espaço ano passado a bordo de um voo da Blue Origin.
Segundo a BBC, Hamish tem três registros no Guinness World Records, incluindo o recorde de maior tempo gasto em profundidade total do oceano, em mergulho na Fossa das Marianas.
Shahzada e Suleman Dawood
Shahzada é empresário. Ele está com o filho na embarcação. Shahzada Dawood é o vice-presidente de um dos maiores conglomerados do Paquistão, a Engro Corporation, com investimentos em fertilizantes, fabricação de veículos, energia e tecnologias digitais. Ele mora na Grã-Bretanha com sua esposa e dois filhos.
Paul-Henry Nargeolet
Capitão do submarino. Ele é considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic. Paul-Henry é ex-comandante da Marinha Francesa, piloto de submersível, especialista em mergulho profundo e diretor do programa de pesquisa subaquática para o Grupo E/M e Titanic.
Nargeolet seria a principal "autoridade no local do naufrágio". Ele já liderou ao menos 30 expedições da mesma viagem, além de supervisionar cerca de cinco mil artefatos
Stockton Rush
Segundo a OceanGate, Stockton Rush, presidente da companhia, está a bordo do submersível como membro da tripulação.
ERA MOVIDO POR CONTROLE DE VIDEOGAME
O submarino OceanGate Titan era operado por um controle de videogame que custa 42 euros (cerca de R$ 219). Um vídeo do interior da embarcação mostra a peça do modelo Logitech F710. Segundo o jornal The Mirror, o equipamento sofreu algumas alterações para ser utilizado na embarcação. Além disso, o OceanGate Titan possui ainda três telas e teclados para o monitoramento. Em vídeo gravado para a CBC em 2022, o CEO da OceanGate, Stockton Rush, mostrou o interior da embarcação de 6,4 metros de comprimento.
SALVO POR POUCO
O empresário Mário Ferreira, que já foi ao espaço, revela que comprou um bilhete para embarcar no submarino, porém desistiu da ideia. Segundo o bilionário português, um dos tripulantes, o britânico Hamish Harding, ainda insistiu que ele fosse, mas recusou a oportunidade mais uma vez.
O empresário é presidente da Media Capital, dona da TVI, do mesmo grupo da CNN Portugal. Ele é casado e tem quatro filhos. Conforme relatou, o seu lugar chegou a ser reservado junto aos aventureiros que denominam "Most Travelled People" (pessoas mais viajadas, na tradução do inglês). Meses atrás ele enviou mensagem aos tripulantes. A operação de resgate foi feita em operação conjunta da Guardas Costeira dos Estados Unidos e do Canadá.