O bloco econômico composto por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, conhecido como Efta (Associação Europeia de Livre Comércio), anunciou uma mudança estratégica em relação às negociações comerciais com o Mercosul. Decidiram não mais aguardar a conclusão das tratativas entre os países sul-americanos e a União Europeia (UE). Em vez disso, manifestaram interesse em prosseguir com um acordo desvinculado.
O movimento foi oficializado com o agendamento de uma reunião presencial entre os negociadores dos dois blocos em Buenos Aires, marcada para meados de abril. Esse encontro representa um avanço significativo, já que o processo estava praticamente paralisado, com apenas conferências virtuais ocorrendo sem uma periodicidade definida.
Antes dessa reunião, parlamentares dos países do Efta têm programada uma visita ao Brasil entre quarta-feira (20) e sexta-feira (22), com o objetivo de defender a conclusão do acordo. A delegação planeja se reunir com autoridades brasileiras, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Mdic.
As negociações entre Mercosul e Efta tiveram início em 2019, pouco após o anúncio do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Ambas as partes enfrentaram desafios, especialmente relacionados à política ambiental brasileira, que gerou preocupações, principalmente por parte da Noruega, devido ao aumento do desmatamento.
Apesar das pendências em áreas como compras governamentais, acesso a mercados e meio ambiente, as partes veem perspectivas positivas. O Brasil vê na disposição dos países do Efta uma oportunidade de enviar um recado político à União Europeia, mostrando-se aberto a acordos comerciais com outros parceiros.
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