O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), declarou estar acompanhando com "crescente preocupação" a situação em Essequibo, área da Guiana que está no centro de uma disputa territorial com a Venezuela.
Durante a abertura da 63ª edição da reunião de cúpula de chefes de Estado dos países do Mercosul, composto por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que acompanha com "crescente preocupação" a situação em Essequibo. Ele ressaltou que o bloco não pode permanecer "alheio" a essa questão.
Lula reforçou a posição do Mercosul como uma zona de paz e cooperação, apresentando aos países membros uma minuta de declaração sobre o tema, previamente acordada entre os chanceleres dos Estados participantes.
Também afirmou que o Itamaraty pode sediar quantas reuniões for necessário para mediar a questão.
"Não queremos que esse tema contamine a retomada do processo de integração regional ou constitua ameaça à paz e à estabilidade. Enfatizo a importância de que as instâncias da Celac [Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos] e da Unasul [União de Nações Sul-Americanas] sejam plenamente utilizadas para o encaminhamento pacífico dessa questão", disse.
"Uma coisa que não queremos aqui na América do Sul é guerra. Não precisamos de guerra, não precisamos de conflito. O que nós precisamos é construir a paz, porque somente com muita paz a gente pode desenvolver os nossos países", afirmou.
A tensão na região aumentou após o referendo que a Venezuela realizou, no domingo (3), sobre a anexação de Essequibo. O território, maior que a Inglaterra, atualmente é controlado pela Guiana, mas o governo venezuelano reivindica a região como parte de seu país.