Após a vitória do candidato de direita Javier Milei na Argentina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), fez, nesta segunda-feira, 20, contato com a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen. O objetivo do contato seria acelerar as negociações para a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que, segundo informações do Poder360, estaria próximo de ser finalizado.
Apesar de negar qualquer conexão entre o telefonema e a vitória de Milei, que anteriormente expressou hesitação em aderir ao acordo, o governo brasileiro sustenta que a conclusão do acordo até o final do ano sempre foi uma meta. O Planalto enfatizou que a conversa de cerca de meia hora "deu seguimento à reunião que mantiveram na Cúpula do G20, em Nova Delhi, e tratou do andamento da negociação do acordo entre Mercosul e União Europeia".
De acordo com a nota divulgada às 17h53, o governo brasileiro, atualmente ocupando a presidência do Mercosul até 7 de dezembro, tem mantido discussões com a União Europeia sobre os pontos finais do acordo. O presidente Lula também discutiu recentemente o assunto com o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, que ocupa a presidência rotativa do bloco europeu.
“O governo brasileiro ocupa a presidência do Mercosul até o dia 7 de dezembro, e tem discutido com a União Europeia os pontos finais do acordo entre os dois blocos. O presidente Lula conversou recentemente sobre o tema com o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, que ocupa a presidência rotativa do bloco europeu”, afirmou em nota.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, esclareceu que Lula não ligou para Milei e que cabe ao presidente eleito da Argentina entrar em contato com o brasileiro, destacando que é necessário um pedido de desculpas, pois Milei teria ofendido o petista "gratuitamente".
Em setembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia expressado preocupação, sugerindo que um resultado eleitoral "exótico" na Argentina poderia impedir a concretização do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Lula, por sua vez, havia estabelecido um prazo até o final deste ano para a assinatura do acordo, e agora, com a proximidade da presidência rotativa do Paraguai no Mercosul, o presidente Paraguaio Santiago Peña indicou que não conduzirá as negociações se nada estiver firmado até o início de dezembro.
Embora haja divergências, especialmente relacionadas a novas exigências ambientais por parte da União Europeia, e preocupações de Lula sobre efeitos extraterritoriais de uma lei anti-desmatamento aprovada pela UE, as fontes indicam que as negociações estão próximas de uma conclusão, justificando esforços contínuos até o final do ano.