Casal com 3 crianças deficientes diz não dormir uma noite inteira há 6 anos

“Esgotada, absolutamente esgotada”, desabafa Amanda Crawford, da Escócia, sobre a privação de sono. Ela e o marido dizem dormir, em média, cerca de 4 horas.

Casal com 3 crianças deficientes diz não dormir uma noite inteira há 6 anos | reprodução
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Em um depoimento comovente ao Daily Record, o casal disse que dorme, em média, de 20 a 28 horas por semana — isto é, não mais do que 4 horas por noite. Segundo eles, geralmente são cochilos entre os cuidados, quando Chance, 6, CJ, 4, e Brooke, 2 anos, estão dormindo. “A privação do sono é um assassino para nós”, disse Amanda.

A mãe conta que desde que o primogênito, Chance, nasceu, ela e o marido ficam acordados a noite toda. E uma vez que eles conseguiram ajustar o tratamento para sua doença rara de armazenamento de glicogênio tipo IX, eles precisavam se refezar para dar-lhe alimentos especializados. Segundo os pais, o menino precisa ser alimentado a cada duas horas entre as 5 ou 6h da manhã até 1h da manhã, e um pequeno atraso pode deixá-lo doente. Já CJ tem hipoglicemia cetótica idiopática, e sua irmã caçula já está com sintomas semelhantes.

Casal com 3 crianças deficientes diz não dormir uma noite inteira há 6 anos- Foto: Reprodução

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Todas as três crianças estão agora em regimes alimentares rigorosos para mantê-los saudáveis. Amada disse que teve que desistir de sua carreira como jornalista e Colin luta para lidar com seu trabalho. Em lágrimas, ela disse: “Não podemos viver assim. Isso não é vida. Estou esgotada, absolutamente esgotada. Não quero mais fazer isso". Sobre prestar assistência à família, o Conselho de Renfrewshire disse: “Continuamos a nos envolver com a família no apoio que recebem”.

Riscos da privação de sono

Ficar sem dormir pode trazer consequências que vão desde mudanças de humor até quadros de psicose. A recomendação geral das agências mundiais de saúde é de 8 a 10 horas de sono diárias, mas o brasileiro descansa, em média, apenas 6,4 horas por dia, segundo a Associação Brasileira do Sono. E a situação é ainda mais preocupante para os pais de recém-nascidos: alguns relatam dormir apenas 2 horas por noite.

De acordo com a Agência Einstein, uma pessoa que ficou 18 horas sem dormir passa a ficar mais lenta e com reflexos comprometidos. O efeito é parecido com o de estar embriagado (o equivalente a uma concentração de 0,05% de álcool no sangue). Já quando o período de privação de sono é de 24 horas, o efeito pode ser comparado à taxa de álcool no sangue de 0,10%, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês). O psiquiatra Adiel Rios explica que a falta crônica de descanso ainda favorece a fadiga, o envelhecimento precoce, queda na imunidade e sonolência durante o dia, além do aumento no risco de desenvolver doenças crônicas, como transtornos psiquiátricos e cardiovasculares.

Dicas para melhorar o sono do bebê

O caso de Amanda e Colin é especial, por se tratarem de três crianças com deficiência. No entanto, a privação de sono não é incomum para os casais que acabaram de ter filhos. Mas como sobreviver à isso se a criança dorme por pouco tempo e logo desperta? Primeiro, é necessário entender que adormecer e despertar não estão sob o seu controle. O que você pode mudar? A maneira como encara a situação. Definir uma rotina é a chave para ajudar seu filho a aprender a dormir durante toda a noite. Mas, vá com calma, lembre-se de que durante os primeiros meses, o horário de sono do bebê ainda será, em grande parte, ditado por seu padrão de alimentação (isso porque, muitas vezes, o bebê acorda para mamar).

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