Acelino “Popó” Freitas anunciou, mais uma vez, o fim de sua carreira no boxe. O tetracampeão mundial comunicou a decisão na segunda-feira (6), durante uma coletiva do Fight Music Show 7, poucos dias após a confusão generalizada entre sua equipe e o time de Wanderlei Silva no Spaten Fight Night. O baiano de 50 anos, que recentemente vinha se dedicando a lutas de exibição, afirmou que o episódio foi determinante para pendurar as luvas definitivamente.
Durante a entrevista, Popó demonstrou indignação ao relembrar o ocorrido:
“Você não tem ideia de como foi vergonhoso para mim. Passar pelo o que eu passei naquele ringue, substituir alguém para o evento acontecer, não pelo dinheiro. E passar por aquela humilhação... Isso para mim foi uma das piores humilhações que eu tive na minha vida como lutador. A minha vergonha foi tão grande que hoje eu paro de lutar, não quero mais saber de boxe.”
Com 42 vitórias em 44 lutas profissionais, sendo 34 por nocaute, o ex-campeão mundial volta a anunciar uma despedida, algo que se repetiu diversas vezes ao longo de seus 30 anos de trajetória nos ringues.
O primeiro adeus
Popó iniciou a carreira profissional em 1995, vencendo José Adriano Soares em apenas 34 segundos. Após uma série de títulos pelas organizações WBO e WBA, o pugilista decidiu se aposentar pela primeira vez em 2006, após derrotar o americano Zahir Raheem. A pausa, no entanto, durou pouco.
Em 2007, o baiano voltou ao ringue para enfrentar Juan Díaz na tentativa de unificar os títulos da categoria peso-leve. Após ser superado no oitavo round, anunciou novamente o fim da carreira o segundo de vários “adeuses” que ainda viriam.
Retornos marcantes
Mesmo durante o período em que foi deputado federal pela Bahia (2010-2014), Popó não resistiu ao chamado do boxe. Em 2012, enfrentou o jovem Michael Oliveira, até então invicto, e venceu por nocaute. Após o combate, voltou a se despedir do esporte.
Três anos depois, retornou aos ringues para derrotar o argentino Mateo “El Chino” Verón, e, em 2017, encerrou oficialmente sua carreira profissional ao vencer o mexicano Gabriel “El Rey” Martínez.
A era das exibições
O ex-campeão encontrou uma nova fase nas lutas de exibição. O primeiro desafio foi em janeiro de 2022, contra o humorista Whindersson Nunes, em duelo que terminou empatado e marcou a estreia do Fight Music Show. Popó continuou se apresentando contra nomes como José Landi-Jons, Junior Dublê e Kleber Bambam, conquistando vitórias expressivas.
Na quinta edição do evento, em 2024, afirmou que não enfrentaria mais lutadores profissionais. Contudo, aceitou o convite para substituir Vitor Belfort e encarar Wanderlei Silva no Spaten Fight Night, em setembro deste ano. O baiano venceu por desclassificação do oponente, mas a confusão entre as equipes marcou negativamente a noite.
Fim definitivo?
Após o incidente, Popó e Wanderlei foram punidos pelo Conselho Nacional de Boxe (CNB) e suspensos por 180 dias de eventos oficiais. O tetracampeão garantiu que, desta vez, a aposentadoria é definitiva.
Entre títulos mundiais, nocautes históricos e voltas inesperadas, Popó construiu uma das carreiras mais marcantes do boxe brasileiro. Resta saber se o “Mão de Pedra” realmente pendurou as luvas, ou se, como nas outras vezes, o chamado dos ringues voltará a falar mais alto.