SEÇÕES

Pulmão de porco sobrevive 9 dias em corpo humano e intriga cientistas; entenda

Assim como acontece em transplantes entre pessoas, o sistema imunológico do receptor pode identificar o órgão doado como uma ameaça e iniciar um ataque contra ele.

Para evitar complicação, cientistas realizam modificações genéticas em animais doadores, como os porcos | Foto: Julien Tromeur-Shutterstock
Siga-nos no

Garantir o funcionamento pleno de um órgão transplantado por longos períodos ainda é um dos grandes desafios enfrentados pela medicina. No caso dos xenotransplantes – transplantes realizados a partir de órgãos de animais para humanos – essa dificuldade é ainda maior, exigindo avanços constantes em pesquisa e tecnologia.

A barreira da rejeição imunológica

Assim como acontece em transplantes entre pessoas, o sistema imunológico do receptor pode identificar o órgão doado como uma ameaça e iniciar um ataque contra ele. Esse processo, chamado rejeição, é um dos principais riscos do procedimento. Para contornar o problema, pacientes recebem imunossupressores, medicamentos que reduzem a atividade do sistema imunológico e diminuem a chance de rejeição.

O risco do crescimento descontrolado

Nos xenotransplantes, existe também a possibilidade de os órgãos doados reagirem aos hormônios de crescimento humanos. Essa interação pode levar ao aumento anormal e perigoso do órgão transplantado. Para evitar esse tipo de complicação, cientistas realizam modificações genéticas em animais doadores, como os porcos, ajustando-os para que seus órgãos sejam compatíveis com o organismo humano.

O perigo das doenças transmissíveis

Outra preocupação importante é a possibilidade de transmissão de vírus ou outras enfermidades dos animais para os receptores. Esse risco também pode ser minimizado com a ajuda da biotecnologia. A técnica de edição genética conhecida como Crispr, por exemplo, permite eliminar trechos indesejados do DNA de forma rápida e precisa. Graças a ela, cientistas já conseguiram inativar retrovírus presentes em porcos, reduzindo a chance de infecção nos transplantes.

Caminho em construção

Embora os avanços sejam promissores, os xenotransplantes ainda enfrentam obstáculos consideráveis antes de se tornarem uma prática segura e rotineira. A ciência segue explorando alternativas para vencer a rejeição, controlar o crescimento dos órgãos e eliminar riscos de transmissão de doenças, abrindo caminho para que, no futuro, essa técnica possa salvar milhares de vidas.

Leia Mais
Tópicos
Carregue mais
Veja Também