A assistente de voz Alexa, da Amazon, recebeu um “upgrade” ambicioso com a chegada da Alexa+, que integra modelos de linguagem de larga escala (LLMs), similares aos que alimentam o ChatGPT. A atualização promete interações mais naturais, capacidade de lidar com pedidos complexos e novas funções, como criar itinerários, gerar histórias e realizar tarefas em múltiplas etapas.
Nos testes iniciais, a Alexa+ mostrou avanços: vozes mais realistas, conversas contínuas sem necessidade de repetir palavras de ativação e respostas mais criativas. Comandos como “defina três cronômetros de cozinha” ou “crie um roteiro de viagem e envie por e-mail” funcionaram sem problemas.
No entanto, a experiência revelou limitações. Em algumas tarefas básicas, a assistente falhou: não cancelou alarmes, deu erros ao tentar resumir documentos por e-mail e apresentou informações incorretas sobre produtos. A instabilidade levou o usuário a recorrer temporariamente à versão antiga da Alexa.
DESAFIOS TÉCNICOS
Segundo Daniel Rausch, vice-presidente da Amazon responsável pela Alexa, o principal desafio foi integrar a IA generativa com sistemas antigos. A Alexa original funcionava com algoritmos determinísticos baseados em regras; já os LLMs operam probabilisticamente, tornando o sistema mais criativo, porém menos confiável e mais lento.
Outro obstáculo foi ajustar a verbosidade da IA: respostas longas ou complexas precisaram ser controladas para evitar que tarefas simples gerassem textos excessivos, como um ensaio de 500 palavras sobre cronômetros de cozinha. Para contornar isso, a Amazon combinou mais de 70 modelos de IA em uma única interface, direcionando cada pedido ao modelo mais adequado.
ADAPTAÇÃO DOS USUÁRIOS
O novo modelo também exige que usuários aprendam a se comunicar de forma mais natural, abandonando comandos rígidos. Apesar das dificuldades, a expectativa é que as falhas sejam corrigidas gradualmente à medida que a Alexa+ for ampliada para mais dispositivos e funções.
FUTURO PROMISSOR
Apesar das limitações atuais, a Alexa+ representa um passo importante na evolução das assistentes de voz. O desafio de unir IA generativa a sistemas domésticos complexos é técnico e delicado, mas a tendência é de aprimoramento contínuo, trazendo experiências mais inteligentes e humanas aos usuários.