O apresentador Fausto Silva, de 75 anos, está internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde 21 de maio. Ele deu entrada no hospital por causa de uma infecção bacteriana aguda com sepse. Essa reação inflamatória do corpo pode resultar na falência múltipla dos órgãos.
Após controlar a infecção, Fausto Silva passou por um transplante de fígado e um retransplante de rim, que já estava previsto há cerca de um ano. Ao todo, o apresentador foi submetido a quatro transplantes. Segundo a equipe médica, os procedimentos aconteceram depois da Central de Transplantes do Estado de São Paulo acionar o hospital e confirmar a compatibilidade de órgãos provenientes de um único doador.
Em 2024 o apresentador passou por um transplante de rim, teve problemas e precisou fazer hemodiálise. Apesar do transplante renal ser para muitos pacientes, uma alternativa melhor para substituir a função dos rins, o órgão transplantado pode perder sua função ao longo do tempo. De acordo com a National Kidney Foundation, isso ocorre por diferentes motivos:
- Rejeição pelo sistema imunológico: o corpo reconhece o novo rim como “estranho” e passa a atacá-lo, mesmo com o uso de medicamentos imunossupressores;
- Recorrência da doença original: algumas doenças que levaram à falência dos rins podem voltar a afetar o órgão transplantado;
- Infecções ou complicações cirúrgicas: infecções graves podem comprometer o funcionamento do rim;
- Problemas vasculares ou obstruções: alterações no fluxo sanguíneo ou no trato urinário podem prejudicar o órgão.
Entenda o retransplante
Segundo a British Transplatation Society, quando um rim transplantado deixa de funcionar, o paciente pode retornar temporariamente à diálise enquanto aguarda um novo órgão compatível. O retransplante é indicado para pacientes que apresentam perda irreversível da função do enxerto (rim transplantado) e aqueles que mantém boas condições de saúde geral para enfrentar nova cirurgia.
Essa compatibilidade será avaliada novamente com base em exames de sangue, histórico clínico e testes de imunidade, para reduzir o risco de rejeição. A espera por um transplante pode ser mais complexa em alguns casos, devido à sensibilização imunológica pelo uso de imunossupressores causada pelo primeiro procedimento. Nesses casos, a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) defende que há prioridade na fila.
Como o corpo reage nesses casos?
Quando o novo rim é implantado, ele começa a filtrar o sangue e produzir urina, função que antes aconteciam apenas com ajuda das máquinas de diálise. Mas, para evitar rejeição, o paciente precisa usar medicamentos imunossupressores, o que eleva a vulnerabilidade a infecções, segundo a National Kidney Foundation.
Também é necessário que o paciente mantenha o acompanhamento médico frequente, com exames constantes para monitorar a função do órgão e ajustes periódicos nas doses dos remédios.
Histórico de saúde do apresentador
Nos últimos anos, Faustão passou por vários procedimentos. Ainda em 2023 ele recebeu um transplante de coração. Em 2024, foi submetido a um transplante de rim, o retransplante atual foi impulsionado por mas complicações no enxerto. Desde então, ele teve internações intercaladas para acompanhamento e tratamento.