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Esqueça pitaya e cereja: conheça a fruta mais cara do Brasil em 2025

Com cerca de 5 a 7 centímetros de diâmetro, o mangostão apresenta uma casca grossa de cor roxo-escura, quase vinho, coroada no topo por pétalas verdes-oliva

Na base, uma “estrela” formada por lóbulos secos indica a quantidade de gomos que a fruta possui internamente. | Foto: Wikipedia
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No Brasil, a fruta mais cara atualmente não é a pitaya, originária da América Central e do México, conhecida pelo complexo processo de polinização manual, que, junto à sua aparência exótica, encarece o produto. Também não é a cereja, uma fruta asiática que requer mais de 400 horas em temperaturas abaixo de 7°C para se desenvolver — e que no Brasil só é encontrada importada.

Apesar de serem frutas valorizadas, há outras que superam a pitaya e a cereja em raridade e exotismo, como o mangostão, também chamado de mangostim, uma fruta típica do Arquipélago Malaio, no sudeste asiático.

Com cerca de 5 a 7 centímetros de diâmetro, o mangostão apresenta uma casca grossa de cor roxo-escura, quase vinho, coroada no topo por pétalas verdes-oliva. Na base, uma “estrela” formada por lóbulos secos indica a quantidade de gomos que a fruta possui internamente.

O sabor dessa fruta é único e difícil de comparar, geralmente descrito como doce, suave e com leve acidez, acompanhado por um perfume tropical delicado. Muitos associam seu gosto a uma combinação de lichia, morango, abacaxi e pêssego, mas com uma textura mais cremosa e aveludada.

Ao ser cortado, o mangostão revela uma polpa branca, brilhante e segmentada, semelhante a dentes de alho, porém macia como a lichia. Frequentemente sem sementes, sua polpa se desfaz na boca, liberando um suco leve, refrescante e equilibrado, sem excesso de acidez ou doçura.

Acredita-se que as primeiras sementes do mangostão chegaram ao Brasil em 1935, inicialmente na Bahia. Posteriormente, em 1942, o pesquisador Gregório Bondar, então diretor do Instituto Agronômico Norte (atual Embrapa), trouxe cerca de 400 sementes da Índia para Belém, no Pará.

Histórico da fruta

Essas sementes foram plantadas em 1944, mas as primeiras árvores só começaram a frutificar em 1952. De acordo com o pesquisador José Edmar Urano de Carvalho, da Embrapa Amazônia Oriental, “naquela época, o pomar tinha apenas 80 plantas e, atualmente, restam 18 que, apesar dos cuidados limitados nos últimos anos, ainda produzem uma quantidade razoável de frutos.”

Atualmente, o mangostão é cultivado principalmente no Pará e na Bahia, abrangendo cerca de 200 hectares. Pequenas plantações também existem no sudeste, especialmente no Vale do Ribeira (SP) e no Espírito Santo.

Para crescer, a árvore de mangostão leva cerca de dois anos e precisa de oito para começar a frutificar. Em média, uma planta produz cerca de 1.500 frutos ao longo da vida. No Brasil, a produção anual estimada é de aproximadamente 2.500 toneladas.

O preço do mangostão pode variar bastante conforme a região. Em áreas produtoras, o valor unitário raramente ultrapassa R$ 15. Já em São Paulo, especialmente na Ceagesp ou no Mercado Municipal, uma caixa pode custar até R$ 200.

Para efeito de comparação, o mangostão é mais caro que frutas como framboesa ou mirtilo, cujo preço por quilo varia entre R$ 70 e R$ 99,50.

Nas grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia, o quilo do mangostão costuma oscilar entre R$ 150 e R$ 200 no varejo.

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