Caso Luigi Mangione: o que explica o interesse amoroso e sexual por criminosos?

Luigi Mangione, 26, foi acusado de assassinar um executivo de plano de saúde em Manhattan e vem repercutindo entre usuários

Luigi Mangione | Reprodução/Internet
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O caso da morte de um CEO vem ganhando repercussão entre os internautas nos últimos dias. Na segunda-feira (09), um homem de casaco marrom sacou uma arma e matou o presidente de uma empresa de planos de saúde numa calçada de Nova York. Pouco depois, foi divulgada uma imagem do suspeito em um hostel.

Tratava-se de um homem com grossas sobrancelhas e um sorriso bonito. E isso foi suficiente para que usuários de mídias sociais começassem a ir à loucura, o que só aumentou quando ele foi preso e sua identidade e fotos reveladas. 

OBSESSÃO POR CRIMINOSO?

Em redes como X, Bluesky, Instagram, TikTok e Reddit pessoas de todos os gêneros e sexualidades comentam o quanto o rapaz é bonito, sarado, malhado. Alguns desenvolveram uma verdadeira obsessão por buscar informações sobre ele. Mas não é a primeira vez em que um criminoso desperta paixões e interesse afetivo e sexual no público. O que explica isso?

Como para tudo na vida, existe uma palavra para patologizar (e individualizar) o fenômeno: hibristofilia, perversão que denota a atração sexual por quem comete crimes violentos, como estupro e assassinato, muitas vezes múltiplos.

A condição, mais comum em mulheres, envolveria uma série de crenças e fatores. Muitas acreditam que são capazes de mudar homens tão violentos, outras querem cuidar da criança ferida que eles um dia foram, outras querem a fama e a atenção da mídia, outras veem em um presidiário o namorado perfeito, incapaz de traí-las e de demandar que elas lavem roupas e façam comida.

TRAUMAS, DARK ROMANCE

A jornalista americana Sheila Isenberg, após entrevistar várias mulheres que se relacionam com presos violentos, publicou o livro "Nomen who Love Men who Kill" (mulheres que amam homens que matam, em tradução livre) e se posicionou contra a justificativa de patologia. 

Ela fala que todas as suas entrevistadas vinham de famílias violentas em que um dos pais era extremamente controlador, muitas vezes anulando suas identidades. Várias delas sofreram abusos sexuais e físicos.

De acordo com Isenberg, a maioria não era atraída pela violência e nem estava tentando mudar os assassinos porque elas acreditavam na inocência deles. 

A jornalista diz ainda que elas viviam uma fantasia em que o criminoso não só era inocente, como um dia iria ser solto e eles formariam um casal e viveriam um romance perfeito. O fato de essa fantasia ser impossível de se tornar realidade - afinal, muitos desses homens foram condenados à prisão perpétua ou à morte e não podem receber visitas íntimas - é especialmente atraente.

Sob essa perspectiva, esses homens não são sexualmente atrativos porque podem machucá-las, mas sim porque jamais poderão machucá-las, afinal, estão presos. 

Com informações da F5. 

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