Em entrevista ao MeioNews, o deputado federal Merlong Solano (PT) rebateu as críticas do senador Marcelo Castro (MDB) sobre o vídeo do presidente Lula ao candidato petista Isaias Neto, em São Raimundo Nonato. Em entrevista nesta sexta-feira, 27 de setembro, Solano afirmou que a veiculação é legítima, mesmo com o MDB local, representado por Rogério Castro, também tendo apoiado Lula nas últimas eleições.
Segundo Solano, o movimento do senador Marcelo Castro e de seu grupo político parece estar focado em antecipar vitórias, mas o cenário atual mostra uma disputa acirrada.
“A candidatura do senador Marcelo achava que tinha ganho a eleição por antecipação. O quadro está bem diferente deste, uma eleição acirrada, com uma vantagem para o candidato Isaias Neto já bastante significativa”, comentou o deputado.
Merlong destacou que não vê problema algum no fato de Lula, presidente pelo PT, apoiar um candidato do seu partido. Ele ressaltou que o próprio Marcelo Castro está engajado na campanha de Rogério Castro, o que é igualmente legítimo.
“Qual é o problema do nosso presidente, que é do PT, fazer uma gravação pedindo apoio para o candidato do seu partido? Nenhum. Assim como o senador Marcelo praticamente não sai de São Raimundo, é a sua campanha prioritária nesta eleição”, afirmou.
O parlamentar também apontou que, em vez de se concentrar em críticas sobre apoio, o grupo adversário deveria estar focado em apresentar propostas.
“Acho que é importante, é hora deles apresentarem suas propostas, não abrirem mão da sua identidade, que estão até incorporando as cores do PT nas propagandas do candidato do Marcelo, e fazer um debate amplo, aberto, e a população é quem decide”, disse Merlong, enfatizando que a decisão final cabe ao povo de São Raimundo Nonato.
Quando questionado sobre a declaração do senador Marcelo Castro, que afirmou que Lula não é apenas o presidente do PT, mas de um grupo de partidos aliados, Solano reforçou a natureza dinâmica da política. Ele destacou que o PT, ao longo do tempo, absorveu novas lideranças, inclusive aquelas que antes pertenciam a outros partidos.
“A política é dinâmica. Processo político é muito dinâmico, as mudanças acontecem às vezes de um processo eleitoral para outro. Inquestionavelmente o PT absorveu lideranças que lá atrás eram de outros partidos, mas isso é um processo legítimo”, argumentou.
Merlong complementou.
“A reclamação faria sentido se o Lula tivesse nos atos administrativos de governo, discriminando os outros partidos [...] mas o Lula não fez isso nem no primeiro, nem no segundo governo, nem está fazendo nisso. Lula governa de maneira republicana, para todos e todas”, defendeu.
Por fim, Solano reiterou que, em momentos eleitorais, é natural que Lula manifeste seu apoio ao PT.
“Agora, na hora de uma eleição, ele tem um lado, é o PT, e manifesta isso de maneira clara e, no meu modo de ver, acertada e legítima”, concluiu o deputado.