Em entrevista concedida nesta sexta-feira, 27 de setembro, o senador Marcelo Castro (MDB) manifestou descontentamento com o vídeo gravado pelo presidente Lula em apoio a Isaías Neto (PT), candidato à Prefeitura de São Raimundo Nonato. Segundo o senador, tanto Isaías quanto Rogério Castro, seu candidato na cidade, apoiaram Lula nas eleições de 2022. Marcelo Castro acredita que Lula foi induzido ao erro ao escolher um lado em uma disputa entre dois aliados da base do governo.
“Discordo frontalmente do meu colega Merlong. Essa não é uma prática correta. Eu sou um aliado leal. Não há quem duvide da minha lealdade ao presidente Lula. Não é de hoje, é desde sempre”, afirmou o senador, rebatendo as críticas do deputado federal Merlong Solano (PT), que havia defendido a gravação do vídeo em favor de Isaías Neto.
Castro destacou que a situação em São Raimundo Nonato envolve dois candidatos da base aliada ao governo federal, e sugeriu que Isaías Neto não tem o mesmo histórico de lealdade ao PT quanto Rogério Castro.
“São Raimundo Nonato tem dois candidatos da base do governo. Um histórico, que é o meu candidato, e outro de última hora, que nunca foi do PT, era do PTB, depois foi para o Progressistas, foi responsável pelo impeachment da Dilma”, disse Marcelo, aludindo ao fato de Isaías Neto ter se alinhado a partidos de oposição ao PT no passado.
MARGARETE NA MIRA
Além disso, o senador mencionou o envolvimento de Margarete Coelho, ex-deputada e figura importante no grupo de Isaías, que apoiou abertamente o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“A Margarete Coelho fez campanha abertamente para o Bolsonaro [...] e o Lula pediu voto para um candidato de uma pessoa que toda a vida teve um histórico de bolsonarista”, criticou Castro, argumentando que o apoio de Lula a Isaías contradiz o histórico de alianças do partido.
Castro expressou sua frustração com o que considera um erro na campanha e apontou que o presidente Lula pode ter sido mal informado sobre a realidade política local.
“Eu quero crer que o Lula foi induzido a um equívoco, então passaram uma rasteira no Lula e o Lula gravou sem saber o que de fato estava fazendo”, afirmou.
O senador também questionou a postura adotada pelo PT em São Raimundo Nonato, ao comparar o tratamento diferenciado dado a Isaías Neto e Rogério Castro.
“Na pior das hipóteses, se esperava um tratamento equânime. Se pediu para um, tem que pedir para o outro, se não pediu para um, não pede para o outro”, concluiu Marcelo Castro.