“Óculos escuros de noite, sapato branco de dia, e ser de oposição só é bonito nos outros” essa frase de autor anônimo ilustra bem o pragmatismo que serve de bússola para os parlamentares que hoje formam o centrão.
Lula prova que a política é a arte de fazer as concessões possíveis para alcançar o impossível e nomeou o deputado bolsonarista Celso Sabino do União Brasil para o Ministério do Turismo. Que comecem os jogos.
O Presidente quer apoio sólido no Congresso para a aprovação dos projetos do governo, para trazer tranquilidade institucional e de quebra isolar a extrema-direita bolsonarista. A meta é aumentar a base atual e contar com 360 deputados e 60 senadores. O acréscimo está sendo buscado no União Brasil, Republicanos, Progressistas e até em nacos do PL.
Mas há um ponto que vai exigir uma reengenharia de Lula. O presidencialismo de coalizão tem um histórico brumoso com corrupção. Escândalo dos anões do orçamento (Governo Collor), escândalo da emenda da reeleição (Governo FHC), escândalo do mensalão (primeiro Governo Lula), escândalo do Petrolão (Governo Dilma), escândalo JBS (Governo Temer) e o mais recente escândalo do orçamento secreto (Governo Bolsonaro).
A tarefa não é simples.