O ataque ao meio ambiente e aos povos originários perpetrado na comissão da reestruturação dos ministérios na Câmara desatou uma série de avaliações e conclusões tão precipitadas, quanto equivocadas. “Lula tem que peitar o congresso” ou “Os Ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas viraram decorativos”. Vamos enfrentar os fatos.
O Presidente tem o apoio certo de pouco mais de 100 deputados num universo de 513. Só poderia partir pra luta aberta se vivêssemos uma ditadura ou por vocação kamikaze. Noves fora o funambulesco, resta fazer política. O desmanche não está consumado, precisa passar no plenário da casa e depois no Senado. Ainda existe a questão de constitucionalidade da intromissão indevida entre poderes que deverá ser arbitrada pelo STF. Portanto não é jogo jogado e depende da mobilização da sociedade no Brasil e no mundo. Além do esforço pessoal de Lula.
E Lula tem a fórmula. Sabia que fazer a economia girar era a quiditude de tudo que pretende no mandato. Antes ainda da posse, precisou aprovar a PEC da Transição. Negociou com Lira, pavimentando-lhe a reeleição, e avançou uma casa. Necessita do arcabouço. Acertou Codevasf, emendas e outros quitutes com o centrão e está quase lá.
O terceiro trabalho é a reforma tributária, que demandará a entrega de outros anéis, mas sem perder os dedos. Assim o Governo avança com novo Bolsa Família, aumento real do salário mínimo, combustíveis em queda, Minha Casa, Minha Vida, não é pouca coisa.
Mas até quando o Presidente Lula terá que negociar com o Congresso? Até o dia 31 de dezembro de 2026.