O fígado desempenha importantes funções para o bom funcionamento do organismo. Ele atua na desintoxicação e no armazenamento de nutrientes, além de participar do processo digestivo e da produção de substâncias importantes para a saúde. Diante disso, ele é um órgão que precisa de cuidados para se manter funcionando plenamente e isso está relacionado com a alimentação.
Vale ressaltar que alguns alimentos são verdadeiros vilões do fígado e o refrigerante é um deles. Essa é uma bebida rica em açúcar, cheia de calorias vazias e que não possui qualquer valor nutricional. Um estudo publicado pela JAMA mostrou que ingerir um refrigerante diariamente é capaz de levar ao desenvolvimento de gordura no fígado.
Os pesquisadores acompanharam 98,7 mil mulheres. Dessas, 6,8% ingeriam refrigerante todos os dias, e 13,1% tomavam uma ou mais bebidas açucaradas. Os dois grupos apresentaram uma prevalência maior de câncer no fígado, o que resultou em 270 casos e 148 mortes por doença hepática grave.
Esteatose hepática
A gordura no fígado ou esteatose hepática é, segundo o Ministério da Saúde, um problema que acontece quando as células do fígado são infiltradas por células de gordura. É normal haver presença de gordura no fígado, no entanto quando este índice chega a 5% ou mais o quadro deve ser tratado o mais brevemente possível.
Se não tratada corretamente, a Esteatose hepática pode provocar, a médio e longo prazo, uma inflamação capaz de evoluir para quadros mais graves de hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer no fígado. Nesses casos, o fígado não só aumenta de tamanho, como também adquire um aspecto amarelado.
Quadro nacional
Os perigos citados pela pesquisa da JAMA reforçam o alerta para os brasileiros. Os dados da COVITEL 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), pesquisa telefônica realizada pela Vital Strategies com a UFPel (Universidade Federal de Pelotas), mostram que 17,8% da população brasileira consome regulamente refrigerantes e sucos artificiais. O levantamento, que ouviu 9 mil brasileiros de todas as regiões, mostrou que a obesidade atinge 22,8 da população, o sobrepeso 56,8%, e em 10,3% a diabetes.