A doença provoca uma espécie de curto-circuito elétrico em certas áreas do cérebro, podendo gerar diversos tipos de crise. Uma das versões mais prevalentes, a tônico-clônica, é marcada por convulsões com contrações involuntárias e salivação excessiva.
Mas há quadros mais sutis, com discretas mudanças no comportamento ou sensação de ausência temporária. A prática de exercícios para essas pessoas foi durante anos contraindicada por receio de acidentes e pioras.
Contudo, estudos recentes, inclusive feitos no Brasil, demonstraram que, com os devidos cuidados e o aval médico, suar a camisa contribui para atenuar as crises. O mecanismo exato desse efeito ainda não foi totalmente descortinado, mas experimentos apontam que a malhação ajuda a regular a produção de neurotransmissores e hormônios envolvidos no problema e favorece uma comunicação adequada dentro da massa cinzenta.
O que dá pra fazer
Caminhada: um estudo feito com pacientes que deram suas passadas diárias concluiu que houve redução nas crises e nos níveis de depressão.
Alongamento: a modalidade já foi alvo de uma pesquisa que mostrou menos sintomas e melhora na qualidade de vida após 15 semanas de prática.
Musculação: há evidências de que treinos de força colaborem para a redução de dores musculares, distúrbios do sono e fadiga.
Judô: um artigo científico constata que, tomando cuidados, ele não oferece riscos e ainda otimiza as condições físicas e emocionais.
O que é melhor evitar
Risco de queda: alpinismo, saltos com paraquedas e ginástica olímpica, em especial exercícios realizados nas barras paralelas, são contraindicados.
Risco de afogamento: é o caso de natação, esqui aquático, vela, canoagem e surfe. Só devem ser praticados com supervisão e colete salva-vidas.
Risco de acidente: na lista entra andar a cavalo, de bicicleta ou skate. Isso porque, na eventualidade de uma crise, pode haver um acidente bem sério.
Risco de pancada: lutas e outros esportes que envolvem contatos próximos e impactos físicos na cabeça não costumam ser recomendados.