A esteatose hepática, ou gordura no fígado, é um problema mais comum do que se imagina. Estima-se que cerca de 30% da população tenha a doença. Ela ocorre quando o fígado é preenchido por gordura de forma excessiva. Esse órgão, no entanto, necessita de cuidados, pois é responsável por mais de 500 funções fundamentais para o organismo.
O médico especialista em manutenção da homeostase, Paulo Lessa, explica que quando a esteatose está em níveis mais leves, são raros os sintomas. No entanto, os intermediários e avançados já dão sinais do seu aparecimento."Entre eles, estão cansaço, fraqueza, perda de apetite, inchaço, dor de barriga e dor de cabeça constantes, hemorragia, fezes sem cor, pele e olhos amarelados, alterações no sono e confusão mental", lista Lessa.
Quando se percebe os primeiros sintomas, é importante buscar tratamento para que o problema não se agrave e evolua para doenças como hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer no fígado, que gera insuficiência no órgão. "Nesses casos, o fígado não só aumenta de tamanho, como também adquire um aspecto amarelado, sendo que, normalmente, sua coloração é marrom-avermelhada. Em algumas situações, torna-se necessário fazer um transplante", alerta o doutor.
Causas
Segundo a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, as esteatoses hepáticas podem ser classificadas em alcoólicas, aquelas causadas pelo consumo excessivo de álcool, e não alcoólicas. Neste último caso, a gordura no fígado é decorrente de problemas como sobrepeso, má nutrição, diabetes, perda brusca de peso, sedentarismo, gravidez e cirurgias.
Há evidências de que a síndrome metabólica (pressão alta, resistência à insulina, níveis elevados de colesterol e triglicérides) e a obesidade abdominal estão diretamente associadas ao excesso de células gordurosas no fígado. Em número bem menor de casos, pessoas magras, abstêmias, sem alterações de colesterol e glicemia, podem desenvolver quadros de esteatose hepática gordurosa.
Tratamento
Segundo Paulo Lessa, o tratamento para esse problema pode ser feito seguindo três pilares: alimentação equilibrada, estilo de vida saudável e prática regular de exercícios físicos. "É fundamental eliminar do cardápio todo consumo de açúcar, farinha branca e gordura ruins e coma vegetais, grãos, castanhas e carnes magras. Também não se esqueça de praticar atividade física. Essa é a melhor forma de ficar livre da doença e garantir a sua saúde", recomenda.