Os recentes casos de intoxicação por metanol — álcool tóxico usado em solventes e combustíveis — têm acendido alertas na área da saúde, especialmente na oftalmologia. Entre os efeitos provocados pelas bebidas adulteradas com a substância está a neuropatia óptica, que pode resultar em cegueira irreversível.
Em caso de suspeita de intoxicação, especialistas recomendam atenção a sintomas visuais como turvamento da visão, sensibilidade à luz, manchas escuras no campo visual e a presença de névoa que evolui para embaçamento total da visão.
Segundo o médico oftalmologista, Mateus Vilar, o metanol é uma substância extremamente nociva e tóxica ao organismo e, entre as sequelas, pode provocar danos ao nervo óptico que, por sua vez, é uma estrutura indispensável para garantir a visão. Ele explica que é possível compreender o nervo óptico como um fio que liga a retina ao cérebro, garantindo que as imagens se formem e a visão mantenha sua estabilidade dentro das condições de cada paciente.
“Com diagnóstico rápido e tratamento adequado, é possível evitar a cegueira completa. Contudo, pode haver sequelas à visão devido à lesão ao nervo óptico. Por isso é importante a avaliação mais rígida de cada caso para indicação do melhor tratamento e acompanhamento”, frisa.
De modo mais amplo, os principais sintomas da intoxicação ao organismo surgem em 12 e 24 após a ingestão da bebida adulterada. A náusea, vômito, dor de cabeça e turvação visual são sinais de alerta.
O Dr. Mateus orienta ainda que caso sinta algum deles, "procurar um serviço de urgência para realizar uma avaliação completa do seu quadro é o diferencial. Será o momento de fazer uma avaliação completa, incluindo exames de sangue e imagem para identificar se há de fato o metanol no corpo. Caso tenha, é importante tratar adequadamente para prevenir complicações, inclusive relacionadas à visão", frisa
Com relação ao tratamento, ele pode incluir antídotos e hemodiálise para tentar remover o metanol do corpo. Especificamente quanto à visão, o Dr. Mateus observa que é possível realizar uma série de exames que monitoram e dão um panorama de como se encontra a visão do paciente com suspeita e/ou confirmação da intoxicação por metanol.
“Nesses momentos, acionamos protocolos de exame que visam verificar o quanto o nervo óptico pode estar lesionado. Para isso, realizamos exames como de acuidade visual (com foco em entender se o paciente ainda enxerga os detalhes) e o do campo visual, que mede a visão periférica do paciente, entre outros”, finaliza.