Sequestro de jornalista da Record teve cunho político, diz amigo da vítima

Por Victor Melo, do Meionorte.com

O caso envolvendo o jornalista Romano dos Anjos, de 40 anos, sequestrado em sua própria casa na noite da última segunda-feira (26), pode ganhar outra linha de investigação, pelo menos é o que acredita Iury Carvalho, amigo pessoal do comunicador e também jornalista em Boa Vista, capital do Estado de Roraima. 

As primeiras hipóteses que foram levantadas a respeito do caso seria o envolvimento de facções criminosas em seu sequestro. Romano dos Anjos foi encontrado vivo na região do Bom Intento, zona Rural de Boa Vista, na manhã desta terça-feira (27). Ele teve as pernas e as mãos quebradas, de acordo com a Polícia Civil. 

Para Iury Carvalho, que está substituindo Rômulo na TV Imperial, afiliada da Record TV na cidade, o caso não se trata de criminosos faccionados e sim de motivações de cunho político. “O que não dá para engolir são informações discrepantes da realidade; informações repassadas pelo governo, de que foram membros de facções criminosas contra o nosso amigo. Se fosse esses criminosos ele não estaria vivo hoje. Nós temos indícios de que políticos que denegriram a honra do nosso amigo podem ser considerados suspeitos”, revelou ao Ronda Nacional.  

Jornalista Rômulos dos Anjos (Reprodução/ Redes Sociais)

Durante a entrevista, Iury relembrou um fato ocorrido no Estado que ganhou repercussão nacional, em que um senador teria sido pego com dinheiro na cueca e que um outro parlamentar estaria envolvido no caso. Romano teria batido na tecla desta situação e teria sido alvo desses criminosos. “A gente aqui descarta qualquer possibilidade de que tenha sido membros de facções e sim de cunho político. É um ataque à liberdade de expressão e às prerrogativas dos jornalistas. Espero que o corporativismo não prevaleça”, completa. 

O caso

Romano dos Anjos estava em casa, jantando com a esposa, quando bandidos encapuzados e armados invadiram o imóvel, por volta de 20h40 dessa segunda-feira (26), no bairro Aeroporto, zona Oeste.

As buscas ocorreram na região do rio Cauamé, próximo à BR-174, local onde o veículo do jornalista foi deixado pelos suspeitos. O Fiat Mobi foi encontrado em chamas, por volta de 22h, à margem da rodovia, sem o jornalista. O fogo foi controlado pelo Corpo de Bombeiros e a perícia foi acionada no local.

Os suspeitos teriam gritado, ordenando ao casal que entregasse quantias em dinheiro. Os homens também teriam perguntado sobre cofres e quando o casal respondeu que não tinha dinheiro afirmaram que levariam o veículo e a televisão. Nesse momento, teriam desligados as luzes da residência. Segundo relatos, os suspeitos levaram os celulares do casal para evitar comunicação entre eles. A casa foi invadida por criminosos encapuzados, por volta de 20h30. Ambos foram feitos reféns. A esposa do jornalista foi amarrada e deixada no local. Ela está abalada com o ocorrido, mas passa bem. 

 

 

 

 

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