Prestes a completar um ano das mortes de dos adolescentes Luian Ribeiro de Oliveira e Anael Natan Colins, ocorridas em novembro de 2021, o advogado de defesa dos acusados do duplo homicídio, João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues, Francisco das Chagas Sousa e Guilherme de Carvalho Gonçalves Sousa, decidiram esclarecer informações importantes do processo, colocadas devido à grande repercussão do caso.
As vítimas foram encontradas mortas após 15 dias de buscas no povoado Anajás, zona rural Leste de Teresina, em novembro do ano passado. Em entrevista ao Ronda Nacional, o advogado Ademar Fonseca explicou que já encerrou a primeira fase do juri, que é dividido em duas partes, com a sentença de pronúncia.
“Como é sabido, são três acusados, o doutor Francisco se encontrava em prisão domiciliar e foi revogada essa prisão domiciliar dele também como se encerrou essa primeira fase, o magistrado entendeu que não havia mais necessidade da manutenção da prisão preventiva dos outros dois acusados e por essa razão revogou a prisão, aplicando medidas cautelares diversas. Dessa decisão de pronúncia, a defesa já opôs embargos de declaração, que é um recurso em que nós usamos alguns esclarecimentos de alguns pontos dessa sentença e também já interpusemos um recurso no sentido estrito, para discutir algumas questões desse sentença de pronúncia, junto ao tribunal de justiça do estado do Piauí”, disse.
O empresário João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues e o advogado Guilherme de Carvalho Gonçalves Sousa, confessaram a autoria das mortes dos adolescentes Luian Ribeiro de Oliveira e Anael Natan Colins, durante a audiência de instrução do caso, realizada em agosto. Para o advogado defesa Lúcio Tadeu, várias pessoas foram apontadas nesse processo, desde o inquérito policial, que não tem envolvimento com a situação.
“Em determinado momento, após a instrução, a assistente de acusação, foi a imprensa dizendo que a defesa havia levado para os autos várias inverdades, vários factoides. Imputando as vítimas o uso de entorpecentes, imputando ao tio do rapaz manipulação do cadáver no local do crime; imputando conduta reprovável dos adolescentes. Veja bem, quem falou em uso de entorpecentes? Foram os colegas dos rapazes arrolados pelo Ministério Público, como testemunha de acusação. Quem falou em manipulação de cadáver no local do crime? Foi o tio do rapaz e o próprio delegado de polícia no boletim de ocorrência. Quem falou sobre conduta reprovável, sobre briga na rua, inclusive de uma situação grave lá em Altos? Foram colegas do rapaz. Agora nós estamos tocando, estamos respondendo. Os réus estão em Teresina, estão respondendo na forma da lei, cumprindo aquelas medidas que foram determinadas pelo poder judiciário e vamos aguardar até o final, que serão levados ao Tribunal do Juri”, disse.
Ligação das mortes com a empresa
A defesa ressaltou que o caso não tem ligação com a empresa Frango Potiguar, onde a todo momento tentaram vincular o nome do proprietário com o crime. Lúcio Tadeu disse que João Paulo não é proprietário da empresa, mas sim, que trabalha nela.
“O Guilherme não tem vínculo nenhum com a empresa e o Doutor Francisco não tem vínculo. Tentaram por todas as formas envolver o Amauri, que é o titular do Frango Potiguar, nessa situação. A participação dele foi ajudar a esclarecer o fato. Em momento algum o Amauri foi citado no relatório do delegado do inquérito policial. Em momento algum ele foi citado na denúncia ou na instrução criminal e muito menos na pronúncia. Então é isso que nós temos que levar ao conhecimento. Essa covardia que fizeram contra uma empresa séria de família tradicional, trabalhadora. Houve o crime? Houve o crime sim. E as pessoas apontadas estão respondendo na forma da lei. Agora querer envolver uma família inteira, um cidadão honrado como o Amauri, isso é uma covardia”, finaliza o advogado de defesa.