Pai e filho são presos acusados da morte dos adolescentes Luian e Anael

Foram decretadas as prisões dos três acusados do crime: Francisco, Guilherme e o empresário João Paulo, que se encontra foragido.

Na manhã desta terça-feira, 08 de fevereiro, os policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) realizaram a prisão dos advogados Francisco das Chagas Sousa e Guilherme de Carvalho Gonçalves Sousa, acusados de matar os adolescentes Anael Natan Colins Souza da Silva, de 17 anos e Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos, em novembro de 2021. 

O delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko, afirmou em entrevista à Rede Meio Norte que foram decretadas as prisões dos três acusados, mas o empresário João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues, de 35 anos, encontra-se foragido.

"As versões que foram apresentadas foram aceitas e terminamos optando por pedir a prisão dos três autores, o Francisco das Chagas, Guilherme de Carvalho e João Paulo de Carvalho e hoje nós fomos dar cumprimento a esses mandados, mas encontramos apenas o pai e filho. O João Paulo está com mandado de prisão decretado, mas fugiu. Ele tem dois endereços apontados na investigação, na manhã de hoje ele não estava em nenhum desses endereços. O delegado que preside a investigação está em contato com o advogado de defesa explicando e pedindo para ele se apresentar para que a polícia não torne uma verdadeira caçada contra ele, mas é bom deixar claro que se precisar nós vamos atrás dele onde quer que ele esteja", declarou.

Adolescentes Luian e Anael foram torturados e executados - Foto: Reprodução

Luccy Keiko afirmou ainda que logo depois da prisão do João Paulo no dia 25 de janeiro, os três investigados combinaram uma versão para obstruir as investigações da polícia. "Logo depois da prisão do João Paulo eles combinaram aquela história para obstruir as investigações e eu falo obstrução no sentido de que quatro pessoas chegaram no DHPP com uma história bem semelhante que certamente foi combinado entre eles, imputando toda a autoria ao senhor Francisco que é um idoso de 70 anos, foi uma versão frágil que eles tentaram colocar para a polícia que não prosperou. Depois disso um deles, o Amauri Mendes Freitas, que até agora não figura como indiciado, procurou a polícia e relatou que realmente o João Paulo e o Guilherme teriam ido ao local seriam os executores do crime. Inclusive o João Paulo tinha arma registrada no nome dele e essa foi a arma que realizou as execuções", disse.

ADOLESCENTES FORAM TORTURADOS

"Nos últimos dias as novas versões apresentadas se aproximam um pouco mais da realidade, mas está longe de ser a verdade, tem muita coisa para ser esclarecida. Principalmente sobre a sessão de espancamento que esses dois menores sofreram no interior da residência. Esses meninos foram espancados e torturados no interior da casa. Lá havia pelo menos quatro homens, O Francisco, Guilherme, João Paulo e o Amauri. Com essas prisões nós precisamos avançar mais sobre a conduta de cada um deles, é um crime complexo, grave. O que a gente sabe é que quando eles foram colocados no carro eles já foram com a intenção de serem executados, essa história de que no meio do caminho mudaram de ideia, isso é conversa fiada".

Delegado Luccy Keiko concedeu entrevista ao programa Bom Dia Meio Norte - Foto: Reprodução

“Esses meninos apanharam tanto que acredito que em determinado momento eles avançaram tanto nas torturas que ficaram com medo de liberar os meninos e terminaram tendo que executá-los. Foi uma barbaridade, atos insanos, as vítimas estavam com o braço quebrado”. 

“Esses dois garotos possivelmente entraram nessa residência, talvez possivelmente até para ter acesso a casa de shows, quando eles foram vistos dentro da casa, mesmo que tivesse ocorrido um mal entendido deles pensando que eles estivessem lá para cometer alguma infração, não era a maneira correta de se agir, já que eles foram imobilizados, teriam chamado a polícia ou teriam levado até a polícia e não feito esse espancamento, tortura e execução”.

PARTICIPAÇÃO DO CUNHADO

“O detalhe principal do inquérito que vai ser feito agora na investigação é verificar. Você está levando três pessoas com uma prisão decretada, mais um, que é o cunhado do João Paulo chegou a residência primeiro que o João Paulo, ele é o que realmente iniciou a delação mais fidedigna do que aconteceu, mas ao mesmo tempo ele tira a conduta dele completamente do crime, como se não tivesse nenhuma participação, isso nós vamos averiguar. O que a gente sabe é que havia quatro homens no interior da casa quando esses menores foram amarrados, vamos ver se realmente os quatro tem participação efetiva”. 

FAMÍLIA DAS VÍTIMAS AGUARDA PRISÃO DO EMPRESÁRIO

Em entrevista à Rede Meio Norte, o pai do adolescente Anael Natan Colins, Ailton Pereira, afirmou que não acredita na versão dada pela defesa. 

“O sentimento é de que a justiça ainda não está sendo feita, porque foi o pai e o filho presos mas está faltando o João Paulo, nós estamos aguardando, a gente achava que ele seria preso juntamente com o tio dele e o primo e não estamos vendo isso. Essa versão deles cai por terra, é tudo mentira, meu filho era um menino muito bom, estudioso, tranquilo, obediente, só tenho lembranças boas do meu filho. Graças a Deus tudo que eu pude fazer para o meu filho eu fiz em vida, dei amor, carinho, fiz a minha parte, até hoje eu não acredito, é algo que a gente não se conforma”.

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