Familiares do instrutor de tiros Daniel Flauberth Gomes Leal, que morreu após ser baleado na cabeça durante uma discussão com o cunhado Felipe Guimarães Martins Holanda, por conta do choro de uma criança, contestam o resultado do inquérito.
A discussão familiar também culminou com a morte da babá Juliana da Silva, que também foi atingida com um tiro na cabeça.
Em entrevista ao repórter Kilson Dione, a irmã de Daniel, Léa Leal, informou que alguns pontos da investigação não esclareceram a possível participação da esposa de Felipe nos disparos que terminou com a morte do instrutor de tiros.
“Eu esperava que a perícia tivesse realizado o exame de pólvora na Antônia (esposa de Felipe), pois ela estava no momento do ocorrido. Não houve a reconstituição, já que houve inconsistência no depoimento das duas mulheres. Tem que ver também a sequência dos disparos porque se o segundo disparo foi no Felipe, ele não teria como dominar e realizar um disparo contra o Daniel. Eu acredito que mesmo ele não estando ferido, acredito que ele não conseguiria segurar e atirar, a não ser que meu irmão já tivesse desacordado”, disse.
A irmã ainda questiona o desaparecimento de uma arma branca, que teria sido usada pelos familiares de Felipe. “E os depoimentos relatam a existência de uma faca, quem escondeu a faca? Por que o Felipe não usou essa faca logo de inicio? A viúva do Felipe ao encontrar minha mãe no HUT pediu perdão. Outro ponto é que no trecho do depoimento da Antônia ela afirma que saiu de casa para deixar o filho na casa da vizinha e ao voltar ela vê meu irmão caminhando e pelo exame realizado, ele não teria condição de levantar e caminhar”, informou.
“Outro ponto é que ele estava em casa dormindo quando foi acordado com a confusão do cunhado, todos nos sabemos que em legitima defesa deve-se usar meios moderados, para repelir a injusta agressão. Como concluir o inquérito dessa forma? Já que meu irmão encontrava-se dormindo, a perícia concluiu que o primeiro disparo foi realizado pelo meu irmão e se ele tivesse sobrevivido, ele estaria respondendo pelos seus atos. Nós temos esperança de o Estado, como titular da ação, que nos dê respostas a essa pergunta”, finalizou.
O pai de Daniel que chegou a conversar com a equipe de reportagem da Rede Meio Norte no dia do crime, morreu após o resultado do inquérito.