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Zema gera polêmica ao comparar moradores de rua a carros e sugerir “guinchá-los”

Essa foi a segunda fala polêmica de Zema na mesma semana. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele se recusou a classificar o período da Ditadura Militar como autoritário.

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema | Foto: Marcos Côrrea/PR
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), virou alvo de críticas intensas após uma declaração controversa durante entrevista à Jovem Pan, na última quinta (5). Ao comentar sobre a situação de moradores de rua em Belo Horizonte, Zema os comparou a carros estacionados em local proibido, sugerindo que seria necessário "guinchá-los". A fala foi amplamente considerada desumana e gerou repercussão negativa em diversos setores da sociedade.

Declaração

🧓"Temos lá moradores de rua ainda. Eu falo que no Brasil tínhamos que ter uma lei. Quando você para um carro em lugar proibido, ele é removido, guinchado. Agora, fica morador de rua às vezes na porta da casa de uma idosa, atrapalhando ela a entrar, fazendo sujeira, colocando a vida dela em exposição", afirmou Zema. Segundo ele, o país não dispõe de instrumentos legais eficazes para lidar com esse tipo de situação. 

Repercussão

A reação foi imediata. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, usou as redes sociais para repudiar a fala. “A insensibilidade do governador é revoltante! Zema erra para além da palavra. Alguém tem que ensinar a esse filhinho de papai que o correto, quando se trata de pessoas, é acolher”, escreveu. Políticos de diferentes espectros também criticaram a comparação feita pelo governador mineiro.

Recorrente

Essa foi a segunda fala polêmica de Zema na mesma semana. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele se recusou a classificar o período da Ditadura Militar como autoritário, tratando o regime como "uma questão interpretativa". “Acho que os historiadores é que têm de debater isso”, afirmou, ao minimizar os crimes cometidos durante o período. 

Fala pode atrapalhar

Nos bastidores, até aliados demonstraram desconforto com a postura do governador. Fontes do governo de Minas ouvidas sob condição de anonimato afirmam que as falas de Zema podem comprometer a imagem do vice-governador Mateus Simões (Novo), considerado seu sucessor natural. Enquanto Zema adota um tom mais alinhado ao bolsonarismo, Simões tenta manter um perfil mais moderado e dialogar com o centro.

Projeto

Em meio às polêmicas, Zema mantém seu plano de se projetar nacionalmente como pré-candidato à Presidência da República em 2026, especialmente após a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. Outros nomes que disputam espaço no campo da direita são Ronaldo Caiado (GO), Ratinho Júnior (PR), Tarcísio de Freitas (SP) e Eduardo Leite (RS).

Acenos ao bolsonarismo

O governador mineiro tem reforçado os acenos ao público bolsonarista. Em 2024, defendeu a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, esteve presente na manifestação convocada por Bolsonaro na Avenida Paulista, e tem subido o tom contra o presidente Lula e o PT. Seu discurso, porém, pode afastar eleitores moderados e gerar desgaste dentro do próprio campo conservador. (Com informações de O Globo)

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