Na terça-feira (27), Ronnie Lessa, ex-policial militar e assassino confesso da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), detalhou em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) a motivação para o crime ocorrido em 14 de março de 2018. Segundo Lessa, a motivação foi “ganância”, alimentada pela promessa de R$ 25 milhões como recompensa pela morte de Marielle, valor correspondente a dois terrenos oferecidos pelos irmãos Brazão.
Durante a audiência, Lessa declarou: “Eu estava obcecado pelos R$ 25 milhões que ganharíamos. Ninguém me forçou a fazer nada. Eu me deixei levar. Vou sair de cabeça erguida porque minha suspeita surgiu no mesmo dia. Não adianta pedir desculpas, pois fui eu quem me envolveu nisso […] agradeço por estar preso, pois pelo menos estou vivo. O Macalé não teve a mesma sorte, e eu duvido que a DH [delegação de homicídios] esteja investigando isso”. Suas palavras ressaltam a responsabilidade pessoal pelo ato.
Em resposta às perguntas do representante da PGR, Olavo Evangelista Pezzotti, Lessa admitiu que a promessa de recompensa com terrenos foi a verdadeira motivação para o assassinato. “Depois de receber os R$ 25 milhões, eu teria abandonado todos eles. Com esse valor, eu poderia viver confortavelmente em qualquer lugar do mundo. Prometi a eles que, sim, cuidaríamos da situação, mas, na verdade, eu não faria nada disso”, afirmou, evidenciando a falta de intenção real de cumprir as promessas feitas.
“hoje consigo dormir tranquilo”
Por fim, Lessa comentou sobre sua situação atual, afirmando que hoje consegue dormir tranquilo, ao contrário de cinco anos atrás, quando foi preso e teve que mentir para sua filha sobre suas ações. “Hoje, consigo dormir tranquilo, ao contrário de 5 anos atrás, quando fui preso e tive que mentir para minha filha sobre minhas ações”, concluiu, demonstrando um sentimento de alívio apesar das graves consequências de seus atos.
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