Torres diz ao TSE que “nem lembrava” da minuta golpista: “É tudo loucura”

Segundo o ex-ministro, o local onde estava o documento não teve a menor importância

Aliado de Bolsonaro desqualifica minuta encontrada em sua casa | Agência Brasil
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O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, investigado por suposta omissão diante dos ataques golpistas de 08 de janeiro, afirmou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que não se lembrava da minuta golpista encontrada em sua casa após a data mencionada, que estava sob um porta-retrato ao lado de sua esposa. Torres alegou que o local onde o documento estava não tinha nenhuma importância e considerou tudo o que estava escrito na pseudominuta como uma loucura.

"É tudo uma loucura o que está escrito nessa pseudominuta", afirmou.

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As declarações de Torres foram feitas durante o depoimento prestado por ele no âmbito de uma ação de investigação judicial eleitoral que resultou na inelegibilidade de Bolsonaro até 2030. Algumas das oitivas realizadas durante a apuração foram mantidas em sigilo até a conclusão do processo, que ocorreu na semana passada.

O aliado do ex-presidente foi questionado repetidamente sobre uma live em que Bolsonaro atacou as urnas eletrônicas ao seu lado em 2021. Na ocasião, ex-chefe do Executivo divulgou um inquérito da Polícia Federal (PF) sobre um suposto ataque hacker aos sistemas internos do TSE em 2018, que não teve impacto nas eleições daquele ano.

Torres afirmou que sua participação na live se resumiu a ler trechos de um relatório do tribunal sobre o sistema eletrônico de votação e que não possuía documentos da PF sobre a denúncia de fraude nas eleições. Ele ressaltou que as autoridades federais nunca apresentaram resultados de investigações que concluíssem a existência de fraude.

O documento mencionado por Bolsonaro foi novamente citado em uma reunião em que o ex-presidente reiterou, sem provas, suas alegações sobre as urnas eletrônicas diante de embaixadores. Esse encontro foi central na condenação de Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Relação entre os dois

O ex-ministro também abordou seu relacionamento com Bolsonaro, mencionando que era praticamente impossível encontrá-lo durante o período eleitoral, pois o ex-presidente estava focado nas eleições. Ele indicou que havia grandes dificuldades até para discutir os assuntos do governo devido à dificuldade de encontrá-lo.

Após a derrota eleitoral, o ex-líder da República passou por um período de introspecção, de acordo com o ex-ministro da Justiça. Torres afirmou que Bolsonaro ficou bastante isolado e passou por um processo de tratamento e recuperação da doença. Parte das declarações do aliado sobre a doença de Bolsonaro foi suprimida do depoimento devido a segredo de justiça.

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