Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que entre 2016 e 2024 foram pagos R$ 2,7 bilhões a pessoas já falecidas, sendo 91% desse montante referente a benefícios previdenciários. A falha está associada à inconsistência de dados no Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc), que deveria registrar informações de nascimento, casamento e óbito.
Falha
Segundo o relatório, o sistema deixou de computar cerca de 13,1 milhões de mortes no período, o que permitiu a continuidade de pagamentos indevidos. Apenas em fevereiro de 2025, foram pagos R$ 21,2 milhões a mais de 11 mil pessoas já registradas como mortas no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Servidores
O ministro-relator Jorge Oliveira destacou que, no mesmo mês, ao menos 650 servidores, aposentados ou pensionistas da administração pública federal também receberam vencimentos mesmo constando como mortos no SIM, totalizando cerca de R$ 3,6 milhões. O TCU recomendou que os dados do Sirc sejam regularizados e integrados a outras bases públicas.
Falta de integração
O presidente do TCU, Bruno Dantas, classificou os valores como “alarmantes” e criticou a falta de integração dos sistemas públicos. “Fomos incapazes, como nação, de integrar os nossos sistemas de forma eficiente. Uma certidão de óbito deveria, por exemplo, comunicar imediatamente o INSS para cessar o pagamento de benefícios”, afirmou. Além dos benefícios previdenciários, a auditoria identificou falhas no pagamento do Bolsa Família. (Com informações do g1)