A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) pediu desculpas por ter tirado uma foto ao final da participação do Flow Podcast. A deputada era uma das convidadas durante o episódio em que Bruno Aiub, conhecido como Monark, ex-apresentador do programa, se colocou a favor da criação de um partido nazista e disse ser aceitável que alguém seja “anti-judeu”.
Durante uma live do Instituto Brasil-Israel, Tabata foi questionada sobre a foto e ela assumiu que foi um erro. “Eu me levantei, era quase 1h, estava muito cansada. O que a gente sempre faz é tirar uma foto e agradecer o convite, independente de ter sido bacana. Quando, no dia seguinte, eu percebi que tinha sido um erro, a gente retirou e pediu desculpas”, disse.
Tabata Amaral alegou que os ataques contra ela nas redes sociais foram desproporcionais. Ela avalia que a foto foi mais questionada que a postura de outros homens presentes, que não se contrapuseram aos argumentos de Monark.
Durante o debate, Tabata avaliou que se posicionou de forma enfática contra as falas de Monark e foi a única a discordar do apresentador. A deputada foi criticada por não ter se retirado da mesa e também por ter tirado uma foto com Kim Kataguiri, o outro convidado, além de Igor e Monark, os apresentadores.
"O que fiz foi contra argumentar"
“A escolha que eu sempre faço, e que fiz, foi de contra argumentar, porque eu realmente era a única voz contra argumentando. E tem trechos da conversa com milhões de visualizações. Não estou dizendo que todos têm que contrargumentar, não tô dizendo que a indignação pessoal não tenha valor quando ela se manifesta como ‘vou sair desse debate’”, disse, para justificar não ter saído da mesa.
“Mas, em outro momento ali, quando a gente estava debatendo racismo ali, eu disse algo que para mim é muito verdade: ‘Olha, não tem uma pessoa negra nessa mesa’. Então, eu, enquanto aliada na luta antirracista, vou sentar na cadeira que me cabe aqui para dizer que essa visão está errada, porque tem pessoas que podem ser direcionadas para essa visão da qual eu discordo, então, eu tenho que me colocar”, justificou a deputada.
Deputada nunca foge ao debate
A deputada contou que nunca foge de nenhum tipo de debate e, por isso, preferiu continuar no podcast. “Eu tinha os argumentos. A gente está falando de algo tão absurdo, que para mim era óbvio que aquilo tinha que ser respondido.” A deputada ainda criticou a postura de quem a criticou nas redes sociais, quem chamou de “moralistas do Twitter”. Para a parlamentar, parte dos ataques acontece também por ela ser mulher.
Uso de álcool durante o programa
Após o episódio, Monark foi desligado dos Estúdios Flow. O sócio, Igor, comprou a parte do apresentador. Nas redes sociais, Monark pediu desculpas, disse que estava bêbado, mas pediu “compreensão” e ainda afirmou que há uma “cultura do cancelamento”. Tabata confirmou que tanto Monark quanto Kim Kataguiri estavam alcoolizados.
Monark investigado
Monark, ex-apresentador do Flow, e os outros responsáveis pelo podcast podem ter de pagar uma indenização e até ser presos, caso sejam condenados por apologia ao nazismo e discriminação contra judeus. A informação é do Ministério Público de São Paulo.
O MP-SP investiga Monark e o Flow nas esferas cível e criminal. A abertura da apuração aconteceu após Bruno Aiub, o Monark, se posicionar a favor da criação de um partido nazista e dizer que pessoas “podem ser anti-judeu”. O fala foi feita na última segunda-feira (7), durante uma gravação do podcast, que tinha os deputados Tabata Amaral e Kim Kataguiri. (Com informações de Yahoo/notícias)