Novos detalhes surgem sobre o plano de golpe de Estado mantido em sigilo pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Segundo relatório da Polícia Federal (PF), o senador Marcos do Val (Podemos-ES) dividiu a trama com pelo menos seis pessoas por meio de grupos de WhatsApp privados, denominados "Chefias" e "Amigas para a eternidade".
Inicialmente, Do Val pedia cautela aos participantes, instruindo que apagassem as mensagens depois de lê-las. Com o tempo, porém, ele se sentiu mais à vontade para discutir abertamente o plano antidemocrático.
As conversas no grupo "Chefias", que incluía dois assessores de seu gabinete, foram mais curtas. Nelas, Do Val adiantou os diálogos com Silveira e descreveu o plano como uma "missão que entrará para a história do Brasil/mundo".
Foi no grupo "Amigas para a eternidade" que o senador se soltou completamente. Em textos e áudios entusiasmados, houve até participantes que comemoraram a possibilidade do golpe. No entanto, a cautela também era lembrada: "Tudo aqui é secreto", afirmou uma das participantes.
Em um momento de empolgação, o parlamentar se colocou como responsável por decidir o destino da República: "Estou com a bomba na mão para destruir Bolsonaro e outra para destruir Lula".
Diante da ambiguidade de suas ações destrutivas, uma das participantes, declaradamente bolsonarista, o alertou sobre as prioridades. Do Val também atribuiu para si a decisão de Bolsonaro de deixar o Brasil e viajar para os Estados Unidos antes de deixar a presidência, alegando ter sido convidado para a ação.
"Salva a gente, Do Val!!!!"
As conversas não se limitaram a mensagens de texto. O senador compartilhou prints dos diálogos secretos com Daniel Silveira e até mesmo a mensagem enviada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Enquanto discutiam o destino de Bolsonaro, as participantes lamentaram sua derrocada, e Do Val enfatizou que o ex-presidente estava mais preocupado em evitar ser preso do que com o bem do Brasil.
Em meio ao clima tenso, uma das amigas pediu ajuda ao senador: "Salva a gente, Do Val!!!!". Ele reforçou sua importância diante do momento crítico e respondeu: "Simplesmente está em minhas mãos o destino de 2 presidentes".
Uma colega resumiu a situação como "inusitada", enquanto outra alertou que a atenção recebida por Do Val poderia ser comprometida por Alexandre de Moraes: "Eu já disse que não sei se o careca vai deixar seu nome crescer assim".
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