Após a suspensão da sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julga a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com placar de 3 votos a 1 a favor da inelegibilidade, Bolsonaro expressou sua sensação de completa injustiça e afirmou esperar que Deus toque o coração do presidente do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.
"Não acabou ainda, vamos esperar acabar. Quem sabe o Alexandre de Moraes tenha um momento de Deus tocar o coração dele. Porque até agora não tocou em momento nenhum", afirmou.
A votação será retomada nesta sexta-feira (30) ao meio-dia, com o anúncio dos votos da ministra Cármen Lúcia (vice-presidente da Corte), seguida por Nunes Marques e Moraes.
O ex-presidente concedeu uma declaração a jornalistas ao sair de um condomínio na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, onde ele e Carlos Bolsonaro possuem residências. Durante seu mandato, o ex-presidente protagonizou diversos embates com Moraes, a quem chegou a chamar de "canalha" e "vagabundo", além de ameaçar descumprir suas decisões. Moraes é relator no Supremo Tribunal Federal (STF) de investigações que envolvem Bolsonaro e seus aliados.
O ex-chefe do Executivo afirmou que caberá aos advogados a decisão de recorrer do resultado do julgamento e reiterou seu desejo de continuar sua vida política. Ele expressou seu desejo de permanecer elegível, mesmo que seja para concorrer ao cargo de vereador no Rio de Janeiro, e mencionou a possibilidade de disputar uma vaga no Senado.
Bolsonaro classificou como "equívoco" a declaração do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que afirmou anteriormente que o ex-presidente poderia se tornar um cabo eleitoral ainda mais importante caso se torne inelegível.
"É um pequeno equívoco. Foi infeliz no que ele falou. Como amigo e pessoas que se entenderam na política, têm que fazer todo o possível para que a gente não perca os direitos políticos", retrucou.
O ex-comandante chegou ao Rio por volta das 10h20 da manhã desta quinta-feira (29) e permaneceu na casa de seu filho Carlos Bolsonaro até o final da tarde. Em seguida, seguiu para Belo Horizonte, onde participará do enterro do empresário Alysson Paolinelli, ex-ministro da Agricultura do governo de Ernesto Geisel, que ocorrerá amanhã.