Banhistas que estavam desfrutando de um domingo ensolarado em uma praia às margens do rio Tapajós, no estado do Pará, relataram terem sido forçados a deixar o local para acomodar a folga do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Neemias Costas, que trabalha como técnico em eletrotécnica, revelou à "Folha de S. Paulo" que a ação ocorreu após a chegada de agentes da escolta presidencial à praia do Araria, onde sete embarcações, cada uma com cerca de 20 famílias, estavam ancoradas.
O incidente teria acontecido de acordo com os relatos por volta das 10h, quando uma lancha da Capitania Fluvial de Santarém e outra com policiais federais chegaram ao local. As famílias, que já haviam passado pelos procedimentos regulares junto à Capitania para aproveitar o dia, receberam ordens para desocupar a praia imediatamente para que o barco do presidente pudesse ancorar. Isso gerou desconforto entre os banhistas, que estavam desfrutando de um momento de lazer com autorização prévia.
Outros frequentadores, como Fábio Monteiro, auxiliar de produção, e as domésticas Adriane dos Santos e Gleide Lucinha Castro, corroboraram os relatos semelhantes sobre a abordagem inesperada por parte das autoridades.
O presidente Lula, por sua vez, aproveitou o dia nas águas do rio Tapajós e compartilhou fotos de sua experiência com seus seguidores nas redes sociais. Ele destacou a beleza do rio e ressaltou a importância de preservar locais naturais tão especiais como aquele.
Desde a sexta-feira anterior, o presidente Lula estava no Pará para um período de descanso junto a seus assessores e à primeira-dama, Rosângela da Silva (conhecida como Janja). Esse período de repouso antecede a Cúpula da Amazônia, que reuniu líderes de estados da região em Belém, na terça-feira seguinte ao ocorrido. Procurada para esclarecimentos, a Presidência não havia fornecido um posicionamento até o momento. A Marinha, por sua vez, informou à "Folha" que está conduzindo uma investigação para elucidar os acontecimentos.