O Partido Liberal (PL), que há um ano ostentava a maior bancada na Câmara dos Deputados, enfrenta um movimento de debandada motivado por aproximações com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disputas internas voltadas para as eleições municipais de 2024. Até o momento, cinco deputados federais já deixaram o partido ou estão em negociações para a desfiliação, seguindo um caminho também considerado por lideranças regionais da legenda.
Na semana passada, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) engrossou a lista de possíveis saídas. Encorajado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que prevê que seu aliado terá sucesso na eleição à prefeitura de São Paulo, Salles buscou autorização do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, para trocar de partido. Embora Valdemar apoie o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo, ele não descarta uma saída amigável para Salles.
Outros destinos possíveis incluem o Patriota, que está em processo de fusão com o PTB. A deputada federal Magda Mofatto (Patriota-GO), que deixou o PL em março, seguiu um caminho semelhante, também considerado pelo deputado federal Cabo Gilberto (PL-PB).
Gilberto e seu grupo político discordam da candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga à prefeitura de João Pessoa pelo PL e planejam construir um palanque bolsonarista alternativo na cidade. Ele também enfrenta atritos com o deputado federal Wellington Roberto (PL-PB), aliado de Valdemar, que se uniu ao governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB).
Onda de desfiliação
Outra negociação em curso é com o União Brasil, do senador Efraim Filho, que faz oposição a Azevêdo.
O deputado Gilberto afirmou: "Pedi ao presidente (Valdemar) para ser expulso do PL. Vamos aguardar a definição do Salles, a quem estou muito alinhado, mas também estamos avaliando outros partidos".
A onda de desfiliação não se limita à Câmara dos Deputados. No Rio, o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), Rodrigo Bacellar, recebeu autorização para trocar o PL pelo União Brasil, sendo um aliado próximo do governador Cláudio Castro (PL), que também cogita desfiliação.
Rachas regionais também estão impulsionando bolsonaristas sem mandato a deixar o PL. No Amazonas, o coronel Alfredo Menezes, amigo de Bolsonaro e candidato ao Senado em 2022, avalia migrar para Republicanos, PP ou Novo para concorrer à prefeitura de Manaus, após desentendimentos com aliados de Valdemar. Na Bahia, a médica bolsonarista Raíssa Soares, cotada para concorrer em Porto Seguro, acumula atritos com o ex-ministro João Roma, que lidera o PL no estado.
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