A Polícia Federal vai ouvir o depoimento de aproximadamente 80 militares, nesta quarta-feria, 12, a respeito dos atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, quando radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
No mês de fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que a Corte é responsável por julgar militares eventualmente envolvidos nos referidos atos. Moraes também determinou a abertura de investigação sobre a participação de militares da Polícia Militar do Distrito Federal e das Forças Armadas.
Os depoimentos serão obtidos de militares das Forças Armadas e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A decisão de Moraes ocorreu após um requerimento da Polícia Federal para investigar possíveis crimes cometidos por militares, uma vez que policiais militares ouvidos durante a 5ª fase da Operação Lesa Pátria mencionaram a possível participação ou omissão de militares do Exército Brasileiro, responsáveis pelo Gabinete de Segurança Institucional e pelo Batalhão da Guarda Presidencial.
Crimes estão previstos no Código Penal
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que os crimes em questão estão previstos no Código Penal e que a lei não faz distinção entre investigados civis ou militares. Em janeiro, o presidente Lula declarou estar convencido de que "muita gente" da Polícia Militar do Distrito Federal e das Forças Armadas foi "conivente" com os criminosos.
Vídeos registrados durante os ataques de 8 de janeiro às sedes dos poderes em Brasília mostram que militares do Exército Brasileiro dificultaram a ação da Polícia Militar do Distrito Federal, havendo até mesmo discussões entre PMs e soldados, que aparentemente protegiam os vândalos. Em nota, a assessoria de imprensa do Exército Brasileiro afirmou que "o vídeo exibido está fora de contexto. Quando a Polícia Militar do DF adentrou no local, a situação já estava controlada pela tropa do Exército, com os manifestantes sob custódia. A PMDF não foi impedida de entrar no Palácio do Planalto". (Com informações do G1)