O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), pode perder os benefícios de colaboração premiada, caso a Polícia Federal constate que houve omissão de informações aos investigadores. Ele será novamente ouvido pela Polícia Federal até o final de março para preencher possíveis lacunas na delação.
A desconfiança é sobre vídeo e troca de mensagens obtidas pelos agentes da investigação, que não foram apresentadas por Cid. Caso se confirme a omissão por parte do tenente-coronel, o acordo de delação premiada será cancelado.
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, argumenta que o militar não se recordava da reunião ministerial agora em foco na investigação da Polícia Federal, em que Bolsonaro teria discutido golpe, e não tem explicação para o motivo pelo qual guardou o vídeo.
O conteúdo da reunião de 5 de julho de 2022, onde Bolsonaro teria incitado ministros a agir de forma golpista antes das eleições, foi utilizado pela PF em uma operação que atingiu o ex-presidente e membros militares próximos a ele. A defesa de Cid afirmou ao O Globo que, após a operação, o militar procurou o vídeo em seus arquivos salvos para revisar o conteúdo, mas nem sequer se lembrava da reunião.
A defesa foi surpreendida por alguns aspectos da investigação da PF, incluindo o suposto monitoramento do ministro do STF Alexandre de Moraes e diálogos sobre o pagamento de manifestantes para ir a Brasília, pontos que devem ser esclarecidos em depoimentos futuros.
As investigações da PF indicam que um grupo de assessores próximos a Bolsonaro teria monitorado Alexandre de Moraes com o objetivo de capturá-lo após a assinatura de um decreto de golpe de Estado. Cid e outros usavam o codinome "professora" para identificar Moraes, e seus deslocamentos entre Brasília e São Paulo coincidiam com informações relatadas pelos ex-assessores de Bolsonaro e com reuniões sobre um suposto plano golpista.
Com informações de O Globo e CNN.