A investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe bolsonarista revelou uma comunicação direta entre Marcelo Câmara, preso preventivamente na quinta-feira (8), e Mauro Cid, ex-ajudantes de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Os dois mantinham contato sobre o itinerário do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), utilizando uma "inteligência paralela".
De acordo com mensagens interceptadas pela PF, Moraes era referido pelo grupo com o codinome de "professora". Em duas ocasiões, nos dias 21 e 24 de dezembro, Cid questionou Câmara sobre a localização de "a professora". Câmara respondeu que a pessoa monitorada estava em São Paulo e acrescentou: "Volta no dia 31 à noite para posse".
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a operação da quinta-feira, destacou que o "núcleo de inteligência" monitorava a agenda, o deslocamento aéreo e a localização de diversas autoridades, incluindo o próprio relator do inquérito sobre o golpe bolsonarista. O objetivo do grupo, segundo Moraes, era garantir a captura e detenção nas primeiras horas do início do suposto plano, conforme ressaltado pela PF.
Outro ponto relevante destacado na decisão foi que Marcelo Câmara possuía, pelo menos desde 15 de dezembro de 2022, o itinerário exato de deslocamento do ministro Alexandre de Moraes para os próximos 15 dias. Essa informação evidencia o acesso privilegiado do grupo às informações. A PF apontou que as circunstâncias identificadas sugerem ações de vigilância e monitoramento em níveis avançados, possivelmente envolvendo o uso de equipamentos tecnológicos fora do alcance legal das autoridades de controle.
Para mais informções, acesse MeioNorte.com