O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, sustentou a necessidade de manter a prisão do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro. No parecer de 1º de março, Gonet destacou que a decisão de manter Câmara detido ressalta a atuação do grupo ao qual o coronel pertencia, evidenciando uma sofisticada operação de vigilância e monitoramento, representando assim um risco para a integridade da investigação em curso.
O que aconteceu? Câmara foi preso em 8 de fevereiro, com a Polícia Federal afirmando que ele estava envolvido em uma operação de monitoramento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com o suposto objetivo de tentar um golpe de Estado.
Justificativa do procurador: O PGR argumentou que, após analisar o posicionamento do Ministério Público Federal e a decisão de manter a prisão, não houve mudança no cenário que justificasse a libertação do coronel. Ele afirmou que a investigação está em andamento e que é necessário garantir a aplicação da lei penal até sua conclusão.
No entanto, Gonet teve uma posição diferente em relação a outro assessor de Bolsonaro, Filipe Martins, defendendo sua libertação ao considerar que o pedido de relaxamento da custódia apresentava razões suficientes tanto práticas quanto jurídicas.
O que fez a defesa: A defesa de Câmara, por sua vez, protocolou novas petições no STF solicitando acesso completo aos autos do processo. O advogado do coronel alegou que Moraes teria dado uma instrução verbal para restringir o acesso ao material do processo, incluindo depoimentos de generais e ex-assessores de Bolsonaro. Diante disso, a defesa planeja formalizar um pedido de assistência à Seccional Paulista da OAB, alegando violação de suas prerrogativas profissionais.
Além disso, a defesa de Câmara também apresentou um pedido à presidência do STF para que o inquérito seja retirado das mãos do ministro Alexandre de Moraes.