PF solicita quebra de sigilos bancário e fiscal de Michelle Bolsonaro

Na sexta, a PF também pediu a quebra dos sigilos bancários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro | Isac Nóbrega
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A Polícia Federal solicitou a quebra dos sigilos bancário e fiscal da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, segundo autoridades ligadas à investigação informaram à CNN. Na sexta, a PF também pediu a quebra dos sigilos bancários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A avaliação é de que já há situações — ainda não reveladas — que envolvem mais fortemente o ex-presidente no caso das joias. Segundo a CNN, Fontes admitiram não haver pressa em ouvir os investigados e que já tem muita prova contra eles.

A ex-primeira dama  vai ser chamada para depor no inquérito que apura a venda ilegal de joias e presentes recebidos por Jair Bolsonaro durante seu mandato. De acordo com um diálogo de Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (PL) falou de uma joia que já teria ido “com a dona Michelle”. 

De acordo com relatório da PF, mensagens trocadas entre o ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), Marcelo Câmara, e Mauro Cid, afirmam que a ex-primeira-dama  “sumiu” com um dos presentes recebidos pelo então chefe do Executivo.

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Operação da Polícia Federal

Na sexta-feira (11), foi deflagrada uma operação que envolveu os assessores de Bolsonaro, entre eles Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e seu pai.  Além deles, o ex-advogado Frederick Wassef também foi alvo. Segundo a Polícia Federal, ele teria comprado de volta um relógio vendido por Cid ilegalmente, segundo a PF.

De acordo com a PF, os suspeitos estão sendo investigados por aproveitarem a estrutura do Estado brasileiro para desencaminhar bens de alto valor patrimonial. Estes itens foram oferecidos como presentes por autoridades estrangeiras em contextos de missões oficiais aos representantes do governo brasileiro. A suspeita recai sobre a venda desses itens em nações estrangeiras.

Até o presente momento, a investigação indicou que os valores provenientes dessas atividades ilícitas foram transformados em dinheiro em esppécie e incorporados ao patrimônio individual dos investigados. 

A PF investiga se Mauro Cid teria vendido e depois recomprado um relógio Rolex avaliado em US$ 68 mil (mais de R$ 300 mil pela cotação atual).  Os primeiros itens teriam sido vendidos em 13 de junho de 2022. Segundo a operação, ele levou presentes recebidos pelo Estado brasileiro para os Estados Unidos já planejando vendê-los.  O ex-ajudante de Bolsonaro teria transportado os objetos no mesmo avião presidencial em que o ex-presidente viajou para Orlando, em 30 de dezembro do ano passado, na véspera do fim de seu mandato.

"As diligências realizadas indicam que Jair Messias Bolsonaro e sua equipe utilizaram o avião presidencial, no dia 30/12/2022, para evadir do país os bens de alto valor desviados, levando-os para os Estados Unidos da América", diz trecho da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal),

O que diz a PF

Segundo consta em relatório da PF, os itens de luxo foram publicados no catálogo de Dia dos Namorados da Fortuna Auction, em 30 de janeiro, com preço estimado entre US$ 120 mil e US$ 140 mil. O leilão da peça aconteceu no começo de fevereiro.

Segundo a PF, a venda das joias foi realizada por assessores de Bolsonaro depois que eles tomaram conhecimento da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) para a devolução dos itens.

Bolsonaro recebeu em dinheiro vivo repasse de venda de joias

Segundo a Polícia Federal, os fundos provenientes da comercialização das joias oferecidas como presentes ao governo brasileiro eram transferidos em espécie para o ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores", aponta trecho da investigação da PF citado na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Nas mensagens recuperadas do celular de Mauro Cid, a Polícia Federal identificou diálogos relacionados à entrega de dinheiro em espécie a Jair Bolsonaro. Em uma das mensagens, Cid declarou: ''Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que era melhor fazer com esse dinheiro, levar em cash aí. Meu pai estava querendo inclusive ir aí falar com o presidente, dar abraço nele, né? E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (...) Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor, né''

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