Documentos enviados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos ataques golpistas do 8 de janeiro revelam que a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), recebeu um montante total de R$ 60 mil em depósitos feitos por membros da equipe do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Os depósitos ocorreram ao longo de 11 dias distribuídos em oito meses do ano passado.
De acordo com o jornalista Rodrigo Rangel, a reportagem, que trouxe à tona a existência de uma espécie de "caixa dois" no Palácio do Planalto, sob o comando de Cid, mostrou que a estrutura cuidava de realizar pagamentos, muitas vezes em dinheiro vivo e de forma imediata, para despesas do clã presidencial. Esses pagamentos incluíam até mesmo faturas de um cartão de crédito que uma amiga de Michelle emprestava à então primeira-dama.
Os novos comprovantes de depósitos, detalhados em valores e datas, mostram que os auxiliares do militar realizaram transferências para a conta de Michelle em diversos momentos ao longo do ano passado. Os depósitos foram realizados em janeiro, fevereiro, março, abril, junho, julho, agosto e dezembro.
Os valores variam entre R$ 500 e R$ 6 mil, e os depósitos foram feitos de forma fracionada para evitar rastreamento por autoridades financeiras, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), uma prática comumente utilizada para dissimular o valor total das transações suspeitas.
Quando procurada para prestar esclarecimento sobre a questão, a assessoria da ex-primeira-dama preferiu ficar em silêncio. Da mesma forma, a defesa de Bolsonaro e de Cid também não se manifestaram sobre o assunto. O espaço está aberto para os posicionamentos das partes envolvidas. A CPI dos Atos Golpistas segue investigando o caso.
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