O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), enviou para a Procuradoria-Geral da República (PGR), para a Receita Federal, e para o Ministério da Justiça o processo que apura se houve conflito de interesses na atuação de Sergio Moro como juiz da Operação Lava-Jato e depois como consultor de uma empresa que atua no processo de recuperação judicial da Obebrecht. Entre outras coisas, caberá ao procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, por exemplo, solicitar ou não à Justiça o bloqueio dos bens de Moro.
O pedido original de bloqueio, feito pelo Ministério Público de Contas, continua de pé, mas Dantas disse que vai avaliá-lo em um momento posterior. Na mesma decisão, Dantas negou um pedido de Moro para arquivar a apuração do TCU. O ministro disse que a documentação que consta no processo não é suficiente para comprovar irregularidades, mas é "mais do que suficiente para justificar a continuidade das investigações".
Moro foi contratado pela Alvarez & Marsal, que atua na recuperação judicial da Odebrecht, empresa que, após ser alvo da Lava-Jato, firmou acordos para devolver dinheiro desviado e colaborar com as investigações. Também passou por dificuldades financeiras, culminando num processo de recuperação judicial. Assim, o TCU apura a legalidade dos valores.
O ex-juiz, que hoje é pré-candidato a presidente da República, vem dizendo que não houve conflito de interesse e que não trabalhou no departamento envolvido na recuperação da Odebrecht. Em nota divulgada nesta quarta-feira, a assessoria de imprensa de Moro disse que ele está à disposição para esclarecimentos, mas atacou a investigação do TCU, destacando haver "indícios de utilização das estruturas de Estado para politização de temas afetos aos órgãos de controle.”
Com informações do Jornal O Globo