Moro diz que Kim Kataguiri cometeu “erro brutal” em fala sobre nazismo

O ex-ministro da Justiça concedeu entrevista ao Jogo do Poder na tarde desta quinta-feira (10)

Sergio Moro | Divulgação
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O  ex-juiz Sergio Moro (Podemos), que é pré-candidato à Presidência,  cumpre agenda nesta quinta-feira (10),  em Teresina. Em entrevista ao Jogo do Poder, Moro rebateu as críticas do ministro da Casa Civil Ciro Nogueira que disse que o ex-juiz vive uma crise de identidade e que deveria se preocupar com a Justiça.

"Eu normalmente tenho respondido só ao Bolsonaro e ao Lula, mas como o Ciro Nogueira manda no Bolsonaro, então vou tomar essa liberdade, ele estava lá atrás com o Lula, abraçado com o Lula, em 2018 ele chamou até, ofendeu o Bolsonaro dizendo que jamais votaria nele, hoje está ao lado do Bolsonaro, então a incoerência é ali", disse.

Moro diz que Ciro não tem dado retorno ao Piauí

De acordo com o ex-juiz, mesmo ministro, Ciro não tem atuado em prol do Piauí. "O que na verdade a gente tem que perguntar é o que o Governo Federal fez no Piauí, apesar do Ciro Nogueira está lá, dentro do Governo, mandando no Bolsonaro, o retorno para o Estado é muito pouco, a gente vê as pessoas com dificuldade, as estradas estão esburacadas, promete-se um Porto há décadas, em Luís Correia, para escoar a produção e a gente não vê nada, não é todo piauiense que tem como viver numa ilha", frisou. 

Kim Kataguiri e alusão ao nazismo

Questionado se o deputado federal Kim Kataguiri, investigado por ter feito uma alusão ao nazismo, Moro disse que o parlamentar teve um erro brutal, mas se desculpou e não representa o que ele pensa. 

"O nazismo é algo abominável, é um crime, uma ofensa tanto ao povo judeu, como a humanidade, é algo fora de espécie, de cogitação, essa é uma discussão que não tem lugar numa democracia moderna; isso do deputado Kim (Kataguiri) tem que perguntar para ele, ele já pediu desculpas, acho que se equivocou completamente, agora ele tem um histórico como parlamentar e nós vamos apagar esse histórico porque ele cometeu esse erro brutal? Mas não reflete o que ele pensa, foi uma gafe brutal. Mas meu nome é Sérgio Moro, eu respondo pelas minhas falas; eu não sou nem o MBL, nem o Podemos, meu nome é Sérgio Moro e eu respondo pelas minhas falas, pelos meus atos".

Pré-candidatura mantida

Sérgio Moro ainda garantiu que sua pré-candidatura segue firme, que ele tem um projeto de país, inclusive, o que pode ser lido também como uma resposta a Ciro Nogueira, que em recente entrevista apostou que o ex-juiz vai desistir de disputar o pleito majoritário deste ano. 

"Temos que mudar, meu projeto é muito claro: a pré-candidatura à Presidência da República, a candidatura realmente depende das convenções, mas esse navio aqui já zarpou, pois acreditamos que o Brasil merece algo melhor do que Lula e Bolsonaro", pontuou.

Moro segue se colocando como uma alternativa de fuga à polarização. "Temos que procurar construir pontes e não muros entre nós, e apresentar um projeto que leve a retomada do crescimento econômico, as pessoas querem emprego, querem renda, querem projetos que ao invés de ficar brigando", apontou.

Críticas ao PT

Ao falar sobre o desemprego, Sérgio Moro (Podemos) jogou a culpa para o Partido dos Trabalhadores, e disse que no seu plano de Governo consta a retomada do emprego com responsabilidade fiscal.

"A gente tem que falar a verdade, quem destruiu o emprego foi o PT, teve aquela recessão de 2014 a 2016 que causou muito desemprego, eles quase quebraram a Petrobras, você tem uma empresa de produção de petróleo é o equivalente a ter uma mina de ouro, e o PT que teve toda aquela roubalheira e tomou decisões ali erradas na condução da política de preços da Petrobras, quase fez a Petrobras quebrar, quem fez as empresas que fizeram parte da Lava Jato quebrarem foi a corrupção do PT, os verdadeiros culpados pela crise chama-se Lula e Governo do PT, essas são as pessoas responsáveis", sinalizou.

CARAVANA - O ex-juiz faz uma caravana pelo Nordeste para tentar tornar a terceira via possível, competitiva; atualmente, Moro aparece empatado com Ciro Gomes nas intenções de votos, segundo a última pesquisa QUEST, bem distante do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Lula (PT).

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