O ex-candidato à Presidência da República, Padre Kelmon, lançou oficialmente sua intenção de disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições deste ano, conforme confirmado pela assessoria do religioso. Apesar de ainda estar filiado ao PTB, partido pelo qual concorreu ao Planalto em 2022, Kelmon ainda não definiu se permanecerá na mesma sigla para a corrida municipal. A escolha sobre a legenda deverá ser anunciada até o final desta semana, de acordo com a equipe do padre.
Paralelamente à sua recém-anunciada pré-candidatura, Padre Kelmon tem se dedicado a atividades relacionadas ao Foro do Brasil, grupo conservador do qual é presidente. Na terça-feira (30), a organização promove um evento de lançamento em São José dos Campos, no interior de São Paulo.
Até o momento, as redes sociais do religioso não mencionam a pré-candidatura na capital paulista, concentrando-se em compartilhar informações sobre o evento do Foro do Brasil. Uma postagem do último domingo destaca a importância da participação ativa dos cristãos na política.
Quem é o Padre Kelmon?
Kelmon Luís da Silva Souza, baiano de 47 anos, autointitula-se ortodoxo, embora nunca tenha sido sacerdote das igrejas da comunhão ortodoxa no Brasil. Mesmo assim, celebra missas e batismos na Bahia, ganhando notoriedade em grupos conservadores por seu discurso combativo contra a esquerda.
Em 2022, Kelmon foi escolhido como cabeça de chapa do PTB após a candidatura de Roberto Jefferson, então presidente do partido, ser indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Durante a campanha presidencial, o religioso chamou a atenção por seus embates em debates com Jair Bolsonaro e pelos ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar de suas credenciais questionáveis, Kelmon já foi recebido pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, e participou de convocações para atos de cunho golpista em setembro de 2021. Sua imagem nas urnas em 2022 foi marcada pela batina, sua vestimenta característica.
O autodeclarado sacerdote, admirador de políticos conservadores falecidos como Levy Fidélix e Enéas Carneiro, utiliza seu canal no YouTube para abordar temas como a "islamização" e a "perseguição" a cristãos no Brasil. Apesar de sua atual filiação ao PTB, Kelmon já teve passagem pelo PT no passado.
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