Organizador de motociatas com Bolsonaro rompe aliança e convida Lula para passeio

O empresário organiza evento em que busca convencer Lula e Alckmin para marcar presença

Jackson Vilar e Gleisi Hoffmann | Reprodução
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Jackson Vilar, conhecido por liderar motociatas em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo, surpreendeu ao anunciar sua ruptura com o ex-presidente e revelar planos de organizar um passeio de moto com a presença do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Vilar, que era um fervoroso bolsonarista durante a maior parte do mandato de Bolsonaro, tentou, sem sucesso, uma vaga na Câmara dos Deputados em 2022, capitalizando sua popularidade entre os apoiadores do ex-presidente.

Proprietário de uma loja de móveis em São Paulo, no bairro Capão Redondo, Vilar se autodenomina embaixador do comércio na Zona Sul da capital paulista. Durante a pandemia, recebeu parcelas de R$ 5.700 do auxílio emergencial do governo federal entre abril de 2020 e outubro de 2021, de acordo com o Portal da Transparência.

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Antes de sua mudança de posição, Vilar manifestava apoio à ditadura militar e, em 2021, celebrou o golpe de 1964, alegando que o Brasil disse "não ao comunismo" nessa data. Menos de três meses após essa declaração, organizou a "Acelera para Cristo", que descreve como "a maior motociata do mundo em SP".

No auge de seu apoio a Bolsonaro, Vilar contava com uma conta no Instagram com 53 mil seguidores, que foi excluída. Criou outra, que atualmente possui mais de 9 mil seguidores. Sua frustração com Bolsonaro começou quando o ex-presidente minimizou os xingamentos e ameaças feitos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes em um ato no dia 7 de setembro, atribuindo-os ao "calor do momento". Vilar, na época, chamou Bolsonaro de "traidor".

Em um vídeo postado na ocasião, Vilar declarou: "Não acredito em Bolsonaro mais. Podem me chamar de traidor, do que você quiser, canalha. Traidor que quer andar de helicóptero para sobrevoar vendo a gente. Vou queimar minha camisa com o nome Bolsonaro. Você não merece respeito, Bolsonaro. Você traiu os motociclistas, os caminhoneiros. Você traiu o seu povo porque você é um frouxo, covarde. Bolsonaro, te apoiei até hoje e a partir de agora quero que você vá à merda".

Os ataques foram seguidos por um pedido de desculpas, no qual Vilar afirmou que não serve para estar ao lado do presidente e que seguiria sua vida longe da política. Anunciou sua pré-candidatura junto à ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF) e ao ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) em 1º de abril. Em 2018, foi candidato a deputado federal pelo PROS, sem sucesso. Em 2022, pelo Republicanos, teve sua candidatura indeferida.

Recentemente, Vilar zombou da declaração da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), elogiou Lula em um vídeo e chamou o pastor Silas Malafaia de "bajulador do falso messias", em referência a Bolsonaro. Vilar enviou um e-mail à Presidência convidando Lula e Alckmin para a motociata planejada em 2024, afirmando que o evento não tem vínculo partidário e que deixou de apoiar Bolsonaro por conta de suas "mentiras". Ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, compartilhou um vídeo em que Vilar aparece com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, atribuindo a mudança a "oportunismo".

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