Senadores da oposição e de setores do Centrão estão utilizando o recente impasse do governo na votação da indicação do defensor Igor Roque para a liderança da Defensoria Pública da União (DPU) como um alerta para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destacando o possível risco de indicar o ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino (PSB-MA), ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Na votação realizada na última quarta-feira (25), o plenário do Senado rejeitou, em uma votação apertada, a indicação de Igor Roque com 38 votos a favor e 35 contra. Publicamente e em conversas reservadas, senadores afirmam que essa derrota na Defensoria é uma mensagem clara a Lula de que poderiam repetir a situação se Dino fosse indicado ao STF.
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), declarou: “Essa foi apenas uma amostra. O governo não deve indicar Dino para o STF, pois seria uma indicação totalmente política”.
Outro parlamentar que sinalizou a possibilidade de uma repetição da derrota foi o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que provocou Lula em sua antiga conta na plataforma X (ex-Twitter): "Vai Lula, indica o Flávio Dino pro STF... O Senado está esperando".
A votação que resultou na rejeição de Igor Roque ocorreu de forma secreta, seguindo o padrão das indicações feitas pelo governo e avaliadas pelo Legislativo. Roque enfrentou resistência desde sua indicação, com críticas dos senadores devido à sua atuação informal antes da aprovação legislativa.
A oposição intensificou a resistência a Roque após a DPU organizar um seminário sobre o aborto legal, evento que foi posteriormente cancelado devido à forte reação do Legislativo. Assim como indicados para a Defensoria Pública e outros tribunais superiores, o escolhido de Lula para a vaga de Rosa Weber no STF passará por sabatina e votação no Senado.
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