O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) disse que vê o embate entre o Congresso e a ministra Marina Silva (Rede) como "normal". Nesta quinta-feira, 25, ele minimizou a crise gerada pela MP (medida provisória) de reorganização da Esplanada dos Ministérios, que esvaziou a política ambiental da atual gestão e declarou que o governo tem que "jogar" e negociar com o Legislativo.
Ele destacou a importância de não se assustar com a política e ressaltou que o governo precisa agora "jogar" e negociar com o Legislativo. Em sua conta no Twitter, o presidente declarou que há "dias que a gente acorda com notícias parecendo que o mundo acabou. Eu fui ler as notícias hoje, na verdade, tudo parecia normal. Uma comissão do congresso querendo mexer numa estrutura de governo que é difícil de mexer", disse.
"Agora que começou o jogo. O que a gente não pode é se assustar com a política. Quando a sociedade se assusta com a política e começa a culpar a classe política, o resultado é infinitamente pior. É na política que se tem as soluções dos grandes e pequenos problemas do país".
As declarações de Lula surgiram após o Congresso ter enfraquecido o Ministério do Meio Ambiente por meio de alterações em uma medida provisória aprovada por uma comissão mista composta por deputados e senadores. Essas mudanças na estrutura governamental fortaleceram o centrão e reduziram o poder de Marina.
Lula afirmou que, até então, o governo estava conseguindo transmitir sua visão sobre a administração do país. No entanto, a comissão no Congresso decidiu fazer alterações, o que ele considerou quase impossível de ocorrer, já que geralmente é o próprio governo que realiza mudanças na estrutura do governo. Agora, segundo ele, é necessário iniciar um jogo e dialogar com o Congresso para realizar a governança necessária.
O presidente ressaltou que é importante não se assustar com a política, alertando que quando a sociedade se assusta e culpa a classe política, os resultados costumam ser piores. Ele enfatizou que, apesar de suas falhas, é por meio da política que são encontradas soluções para os grandes e pequenos problemas do país.
Lula comentou que ao ler as notícias recentes, teve a impressão de que o mundo estava acabando, com manchetes sobre sua derrota no Congresso e o fim de ministérios. No entanto, ao analisar mais detalhadamente, ele percebeu que as situações eram comuns no contexto político. "Vivemos momentos de muitas contradições, e temos uma contradição que não depende da nossa vontade", disse ela nesta quinta. "Temos que resistir e vamos resistir", completou.
As declarações foram feitas durante um evento na Fiesp em comemoração ao Dia da Indústria, onde Lula estava acompanhado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), que é responsável pela pasta do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Também estavam presentes o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.