Na última quinta-feira (19), o senador Randolfe Rodrigues (sem partido) alterou o tom com o ex-ministro do Meio Ambiente no governo de Jair Bolsonaro (PL), deputado Ricardo Salles (PL-SP), após este afirmar que os dois estavam, agora, no mesmo “time” por considerarem injustas as ordens do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O comentário de Sales ocorreu por meio de uma publicação, nas redes sociais, em que o senador amapaense reprovou a decisão do Ibama de proibir a escavação de poço de petróleo - solicitada pela Petrobras - na bacia da foz do rio Amazonas, litoral do Amapá.
“Bem-vindo ao time”, escreveu Salles na publicação em que Randolfe criticou a recusa do Ibama para a Petrobras. Em resposta, o senador mandou que o ex-ministro o respeitasse porque não era “de sua laia e muito menos da sua turma de bandidos”.
“Me respeite que não sou da sua laia e muito menos da sua turma de bandidos. Eu quero o desenvolvimento pro povo do meu estado e sempre lutei pelo meio ambiente, o que você sempre quis era ‘passar a boiada’ para acabar com a Amazônia!”, escreveu o senador no Twitter.
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Quando comandava a pasta, Salles foi flagrado em vídeo ao dizer que iria aproveitar o caos criado pela pandemia da covid-19, como cortina de fumaça, para "passar a boiada", ao se referir a decretos que debilitariam a proteção ambiental.
Logo após, Salles respondeu Randolfe de forma debochada: usou três emojis de bois e um que envia um beijo de coração.
Perfuração proibida
A deliberação do Ibama foi anunciada na noite da última quarta-feira (17) e promoveu repercussões duras, no meio político, no dia posterior. O instituto justificou sua decisão afirmando que, no plano apresentado pela Petrobras, não foram expostas as garantias para a assistência da fauna em possíveis acidentes com o derramamento de óleo, dentre outras lacunas pendentes. Outra preocupação, que motivou o órgão a proibir a exploração da bacia, foi porque havia falhas no documento quanto à previsão de prejuízos que a atividade levaria a três terras indígenas em Oiapoque.
Como resposta, a estatal declarou que “atendeu rigorosamente” as condições do processo de autorização ambiental. A companhia disse que ainda não foi notificada e que permanecerá “buscando essa licença” para explorar a área. “O país abre mão do direito de confirmar potencial que poderia contribuir para o desenvolvimento econômico e social das regiões Norte e Nordeste”, alegou a nota.