Na tarde desta quarta-feira (3), o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo da decisão que permitiu as buscas na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ao conceder autorização para a operação, o Ministro afirmou que é "plausível" a hipótese de que Bolsonaro possa ter inserido informações falsas sobre a vacinação para obter vantagens.
Além disso, Moraes mencionou a possibilidade de existir uma "organização criminosa" envolvida na adulteração dos dados de vacinação.
"Diante do exposto e do notório posicionamento público de JAIR MESSIAS BOLSONARO contra a vacinação, objeto da CPI da Pandemia e de investigações nesta SUPREMA CORTE, é plausível, lógica e robusta a linha investigativa sobre a possibilidade de o ex-Presidente da República, de maneira velada e mediante inserção de dados falsos nos sistemas do SUS, buscar para si e para terceiros eventuais vantagens advindas da efetiva imunização, especialmente considerado o fato de não ter conseguido a reeleição nas Eleições Gerais de 2022", escreveu o ministro.
Entenda o caso
A Polícia Federal realizou, nesta quarta-feira (03), buscas na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília. Além do ex-chefe do executivo nacional, o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens também foi alvo da ação. Diferente de Bolsonaro, Mauro Cid foi preso junto com outros cinco suspeitos.
A Polícia Federal chegou a marcar um depoimento de Bolsonaro para a manhã desta quarta-feira, mas foi informada pela defesa do político que ele não compareceria. A operação na casa do ex-presidente foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes e faz parte do inquérito das "milícias digitais", que tramita no Supremo Tribunal Federal.
De acordo com apurações divulgadas pela TV Globo, houve fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro e de sua filha de 12 anos no dia 21 de dezembro de 2022, pouco antes de sua viagem para os EUA. Os dados foram retirados do ConecteSUS no dia 27 do mesmo mês.