Ministério da Saúde não vai ser negociado, garante Alexandre Padilha

Padilha afirma que o presidente Lula não vai fazer indicações políticas para o Ministério da Saúde.

Ministro Alexandre Padilha | Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, declarou nesta segunda-feira (19) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fará indicações políticas para o Ministério da Saúde e que as nomeações serão baseadas em critérios técnicos. Depois de reunião com o presidente Lula no Palácio da Alvorada, Padilha negou que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do PP, tenha solicitado a indicação do ministro da Saúde.

“Eu quero ser justo com o presidente Arthur Lira, tanto para mim quanto ao presidente Lula, em nenhum momento o presidente Arthur Lira reivindicou qualquer ministério, em qualquer das conversas que teve fez qualquer tipo de reivindicação ao Ministério da Saúde ou outro ministério do governo federal”, disse.

Segundo o ministro, desde a montagem da equipe, em momento algum, o presidente colocou o Ministério da Saúde como cota partidária. "Desde o começo, o presidente Lula tomou uma decisão sobre o Ministério da Saúde, sobretudo depois de toda a situação na pandemia, pela importância do tema da saúde, de querer indicar para o Ministério da Saúde um quadro da saúde pública. Escolheu uma mulher, Nísia Trindade, a primeira mulher que ocupa o Ministério da Saúde, escolheu a ex-presidente da Fiocruz, por todo o papel que ela teve durante a pandemia”, acrescentou o ministro.

De acordo com Padilha, o governo está tratando com partidos da base aliada, especialmente com o União Brasil, para discutir suas indicações para cargos no governo. Nos últimos dias, o nome da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que é do União Brasil, foi mencionado durante as discussões, principalmente depois que ela solicitou a transferência para o Republicanos sem perder o mandato.

Com 59 deputados, o União Brasil é uma das maiores bancadas da Câmara e tem, além do Turismo, o ministério das Comunicações, com Juscelino Filho, e Integração Nacional, com Waldez Góes. Até o momento, o presidente Lula decidiu manter Daniela em seu cargo. Padilha explicou que "os líderes do União Brasil já manifestaram o desejo de reformulação nos ministérios que têm indicações do partido". Segundo ele, não há qualquer tipo de pressão ou pedido para a demissão da ministra Daniela Carneiro.

"É perfeitamente natural que um partido que indicou nomes para três ministérios possa, em algum momento, querer revisar essa composição. Isso faz parte da democracia e do debate político. Não existe nenhuma pressão, inclusive em relação à ministra Daniela Carneiro", afirmou o ministro.

Em reunião com o presidente Lula nesta segunda-feira, 19, Padilha tratou das pautas do Congresso Nacional para esta semana e ressaltou que o ambiente é favorável à aprovação do advogado Cristiano Zanin para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A sabatina está marcada para esta quarta-feira, 21. Na ocasião, ele também informou ao presidente que o ambiente é bom para a aprovação de projetos que estão na pauta, como a medida provisória que visa recriar o programa Mais Médicos, que será votada no Senado, e o projeto de lei que atualiza o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), em tramitação na Câmara dos Deputados.

"Transmiti ao presidente Lula esse ambiente positivo no Senado, não apenas com os senadores que já fazem parte da base do governo, mas também com senadores de partidos de oposição, que têm recebido muito bem o nome indicado. Portanto, esperamos que os senadores se dediquem a avaliar a competência jurídica, os compromissos com a institucionalidade e com a Constituição, que têm sido reafirmados pelo indicado, o doutor Cristiano Zanin", afirmou Padilha após a reunião.

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